Limpeza das praias e instalação de barreiras de proteção, evitando o
avanço de óleo principalmente em áreas de manguezais e estuários. Essas
são algumas das ações discutidas pelo Comando Unificado de Incidentes,
nesta sexta-feira (11), em resposta às manchas
de óleo que chegam ao litoral baiano desde o último dia 4. A criação do
grupo é resultado de encontro promovido pela Secretaria do Meio
Ambiente (Sema) e Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(Inema).
“As equipes técnicas da Sema e do Inema estão acompanhando as ações de
mitigação dos danos ambientais, com sobrevoos para identificação de
áreas afetadas, resgate de animais atingidos e fornecimento de
equipamentos para os colaboradores das limpezas das praias
oleadas. A criação deste comando unificado se dá no intuito de
juntarmos esforços e potencializarmos nossas ações", afirmou o
secretário da Sema, João Carlos.
A proposta do grupo é que as medidas sejam adotadas de forma
estratégica, com diversas frentes de ação, incluindo orientação técnica
especializada para limpeza dos corais; apoio intensivo aos municípios
com menor capacidade de investimento humano e material;
estudo para identificar a origem e deslocamento das manchas de óleo;
fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs) e
ferramentas; além de alinhamento sobre o destino adequado do material
coletado nas praias.
Trabalho conjunto
A diretora-geral do Inema, Márcia Telles, explicou que desde o início de
setembro, quando foram informadas sobre as primeiras manchas de óleo no
litoral do Nordeste brasileiro, as instituições que compõem a
Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio
Ambiente (Abema), da qual o Governo da Bahia faz parte, vem atuando no
monitoramento das áreas afetadas. “A maior dificuldade apresentada nesse
caso é a incapacidade de identificarmos o deslocamento das manchas de
óleo nos sobrevoos realizados. Por serem de
subsuperfície, apenas conseguimos perceber as manchas quando elas
chegam à costa", explicou Telles.
Desde que as manchas chegaram ao litoral baiano, as equipes técnicas do
Inema, em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Projeto Tamar e Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio),
realizam o acompanhamento, análise dos impactos, abrangência e
monitoramento, alinhando com os poderes públicos locais estratégicos a
limpeza e contenção dos resíduos.
Também foi iniciado um trabalho de investigação em conjunto com a
Marinha do Brasil, a fim de proceder com as análises e a identificação
da origem da mancha de contaminação no mar territorial brasileiro.
“Essas ações mostram a importância da criação deste comando
unificado para potencializarmos nossas ações em cada área específica",
acrescentou Telles.
Órgãos participantes
Participaram da reunião representantes do Ibama, da Superintendência de
Proteção e Defesa Civil do Estado (Sudec), da Bahia Pesca, dos
Ministérios Públicos Estadual (MPE) e Federal (MPF), dos Institutos de
Biologia e de Geociências da Universidade Federal da
Bahia (Ufba), e das prefeituras municipais de Camaçari, Conde,
Jandaíra, Entre Rios, Mata de São João, Lauro de Freitas e Cairu.
Além dessas instituições, o comando unificado de ações terá a
participação da Marinha e Petrobras. O grupo se reunirá diariamente na
sede do Ibama, no Rio Vermelho, para adoção de medidas estratégicas e
divisão de tarefas a partir da expertise de cada órgão.
A primeira reunião do Comando Unificado de Incidentes será realizada
nesta sexta (12), às 10h.
Segundo o superintendente do Ibama na Bahia, Rodrigo Alves, o formato de
comando estratégico único já foi utilizado nos estados do Maranhão e
Sergipe e essa experiência servirá de base para a atuação na Bahia. “A
partir deste grupo de trabalho unificado, poderemos
centralizar esforços e recursos, com reuniões diárias e um relatório de
atuação único de todas as ações tomadas pelo governo, o que facilitará
também a comunicação com a sociedade”, disse.