Juízes, professores, advogados, estudantes e até lideranças políticas. Uma reunião com essa diversidade profissional entre os participantes só poderia resultar em uma longa e produtiva conversa. Ou melhor, prosa. A III Prosa Jurídica do curso de Direito da FTC Feira de Santana aconteceu na noite de segunda-feira (3), no Auditório Professora Terezinha Mamona, que ficou pequeno para o grande público participante.
Os palestrantes convidados, três ao todo, foram recebidos em alto estilo pelos estudantes do 10º semestre do curso, responsáveis pela organização e realização do evento, mais a coordenadora do colegiado, professora Geruza Gomes. Na pauta das discussões durante a noite, os impactos gerados pelas reformas trabalhista e previdenciária no dia a dia dos trabalhadores e das empresas.
“Um tema de relevância, não somente para o meio jurídico, mas para todas as áreas do conhecimento”, disse a professora Marcly Amorim Pizzani, diretora adjunta da unidade, na abertura oficial da Prosa, cuja programação começou já à tarde, com a realização de minicursos. Ela ressaltou que o entendimento da FTC é que o conhecimento não é construído apenas em sala de aula. “Essa é a nossa essência”, frisou.
As discussões foram iniciadas pelo juiz federal Robson Silva Mascarenhas, que destacou a importância dos convênios firmados pela Instituição com os juizados especiais para atuação dos estudantes. E ele começou com uma advertência: “O direito não pode ser reduzido a normas e leis”. O juiz afirmou que a reforma tem que ser qualitativa e lembrou que ainda que a Previdência Social, do jeito que está, “nasceu no século passado”.
As implicações das reformas trabalhista e previdenciária foram abordadas também pelos advogados Eusébio de Oliveira Carvalho Filho e José Henrique Brito Martins, que dividiram a mesa com os professores Felipe Ortiz de Moraes e Cristine Emily Santos Nascimento, especialistas em Direito Tributário e Direito Previdenciário, respectivamente, e orientadores do projeto. Na condução dos trabalhos, os graduandos Gleydson Barbosa Soares e Jéssica Rodrigues.
A Prosa Jurídica, em sua terceira edição, contou com a presença do deputado estadual Ângelo Almeida e da senadora e ex-prefeita de Salvador Lídice da Mata. Ela parabenizou a iniciativa dos alunos e, sobre a reforma trabalhista disse que não cumpriu a função que teria, a retomada do emprego. “As mulheres e os jovens foram os mais prejudicados nesta legislação que retirou inúmeros direitos, precarizando as relações de trabalho”.
Na avaliação da professora Geruza Gomes, o evento superou todas as expectativas, tanto em número de participantes quanto em conteúdo. O nível das palestras, que tem se tornado característica dos eventos não somente do curso de Direito, como de outras áreas, também foi destacado pela coordenadora do colegiado, que ressaltou o compromisso dos estudantes para viabilizar a realização da Prosa Jurídica.