As 12 mil vagas gratuitas de preparação para o ingresso no ensino
superior, por meio do programa Universidade Para Todos (UPT), estão
disponíveis a partir desta terça-feira (17). O edital do programa foi
lançado em uma videoconferência realizada pelo
canal do Youtube do Instituto Anísio Teixeira.
Podem participar os estudantes que estão terminando o ensino médio
ou profissionalizante na Rede Pública. A preparação é desenvolvida em
parceria com as universidades públicas Uneb, Uefs, Uesb, Uesc e Ufrb,
com o objetivo de contribuir para o acesso de estudantes ao Ensino
Superior.
O edital, com o manual de instruções e o passo a passo para a inscrição, pode ser acessado no
site do Programa. As dúvidas podem ser esclarecidas através do email
upt@educação.ba.gov.br ou ainda por telefone, pelo 0800-2858000.
Segundo o superintendente de Programas e Projetos da Secretaria
Estadual da Educação (SEC), Március Gomes, que coordenou a
videoconferência de lançamento do programa, o Universidade Para Todos
2020 foi reconhecido pelo governador Rui Costa através do Decreto
2004/2020. “A SEC mobilizou, para a inscrição no Enem, todos os
estudantes da rede pública, de janeiro a março. A segunda etapa é esta, a
mais importante, o fortalecimento das aprendizagens, onde a gente tem
uma aproximação da juventude e a preparação para
o ingresso nas universidades por meio de uma parceria com as
universidades estaduais e a UFRB, através da oferta de diversas
atividades”.
Március informa que, além do Enem, Uesb e a Uneb oferecem também o
vestibular, no mês de abril. “O foco intensivo agora é para o Enem em
janeiro”. Ele explica que a preparação dos alunos, durante a pandemia,
para o ingresso no ensino superior é o grande
desafio que vem sendo dialogado com as universidades. “Neste período,
nós temos, junto com as universidades, a plataforma Estude em Casa. E
agora estamos iniciando esse programa de forma remota, com o
acompanhamento por tutores e monitores nos 156 municípios
que estão envolvidos no programa UPT. Para além das 12 mil vagas, este
programa estará disponível também para que todos os estudantes possam se
qualificar, fortalecer a aprendizagem e se preparar para o Enem e para o
vestibular”.
O UPT, segundo Marcius Gumes, já completa 17 anos. “Nos últimos 10
anos, o programa tem ampliado a sua compreensão enquanto política de
Estado e já permitiu o ingresso de mais de 20 mil estudantes no ensino
superior. O programa é muito específico, atende
aos estudantes concluintes do terceiro ano do ensino médio da rede
pública e os estudantes do quarto ano da educação profissional, também
da rede pública. É destinado aos estudantes mais vulneráveis, que
representam os territórios”.
Indígena, a mestranda em Educação Matemática pela Universidade
Federal de Minas Gerais, Suyhê Pataxó, do município de Porto Seguro,
também ingressou na universidade por meio do UPT. “A UPT chegou aqui em
2017 e foi uma novidade. Na época era apenas projeto,
hoje já é um programa”. Segundo ela, o UPT vem abrindo portas para os
jovens que têm o sonho de entrar para a universidade. “Hoje, os jovens
da minha comunidade podem escolher a universidade que eles querem
cursar, o curso que eles querem fazer. Através do
UPT hoje nós temos agrônomos, historiadores, linguísticos. A UPT
abraçou essa causa indígena e vem acompanhando desde a inscrição no
cursinho até a matrícula na universidade”.
A pedagoga Eliete Fagundes, da comunidade quilombola de Tijuaçú, em
Senhor do Bonfim, foi aluna da primeira turma do UPT na região. “Eu
sempre tive muita dificuldade, estudei sempre em escola pública, mas
graças a meus pais, que sempre priorizaram a educação,
eu pude fazer uma faculdade. Quando eu concluí o ensino médio, fiz
vestibular duas vezes, mas não fui aprovada. Em 2005, um amigo fez minha
inscrição na primeira turma do UPT, em Senhor do Bonfim, e eu ingressei
na universidade. Isso foi de suma importância
para minha ascensão pessoal e profissional. Hoje temos engenheiros,
pedagogos, educadores físicos, entre outros profissionais”.