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Natal, Natal

Contos e Crônicas - 17/12/2011

Com a proximidade do Natal vamos em busca do seu Espírito, onde a paz,a harmonia, o amor e a fé habitam. Nesse tempo nos imaginamos purificados dos nossos males que são tantos e tentamos mascarar o que há de cruel em nós, humanos, e pensamos ser diferentes do que fomos durante o curso do ano em que não fizemos o mea culpa apenas porque é Natal, mas muito distante do Natal do Menino Jesus que ao longo de sua vida pediu aos homens amor imenso e que se fizessem bem-aventurados quando mansos, quando bons, sempre.

Por estar próximo o Natal, lembrei-me  do que me diziam na infância com relação a grande festa da cristandade e poetizei, assim: 

Disseram-me que o Natal é como a criança nascida:

água pura da fonte da eternidade.

Disseram-me também que o Natal é como o último dos bêbados

nos bares da vida:está sempre presente.

Disseram-me ainda que o Natal é o Cristo vivo

descendo de uma estrela branca,anunciando a paz,

trazendo Consigo uma multidão de beatos,

um carrossel de mendigos, uma procissão de mulheres,

todos decididos a um novo fruto colher.

Disseram-me que o Natal tem Espírito

de Senhor do mundo e tece, entre os homens, o amor,

a igualdade, o sentido de fraternidade

e se faz o mel da existência...

Sim, disseram-me muito do Natal.

Então, perguntei se o amor só tem o valor de um dia?!

Se a igualdade só tem a força de um dia?!

Se a fraternidade só tem a beleza de um dia?!

Perguntei ainda se o coração do homem só é festa

quando se diz que hoje é Natal?!

Depois, compreendi que não haverá verdadeiro Natal

no coração dos homens enquanto não se conhecer

o valor da alma e da água,

enquanto não houver calma no seio da madrugada

enquanto não sepultarmos o desejo de massacrar o outro

como símbolo da vitória!...

E,antes que seja tarde,mais tarde do que nunca,

busquemos na mensagem do Amor-Maior

a alegria que em nós reside ainda

mas não apenas em um dia e, sim, no nosso eternizar

a vida como luz da razão, antes que seja tarde

homens do Natal nosso de cada dia,

homens de boa-vontade, irmãos...

Cezar Ubaldo

Professor, cronista, poeta, autor e diretor tetral

Cezar Ubaldo
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