Com a proximidade do Natal vamos em busca do seu Espírito, onde a paz,a harmonia, o amor e a fé habitam. Nesse tempo nos imaginamos purificados dos nossos males que são tantos e tentamos mascarar o que há de cruel em nós, humanos, e pensamos ser diferentes do que fomos durante o curso do ano em que não fizemos o mea culpa apenas porque é Natal, mas muito distante do Natal do Menino Jesus que ao longo de sua vida pediu aos homens amor imenso e que se fizessem bem-aventurados quando mansos, quando bons, sempre.
Por estar próximo o Natal, lembrei-me do que me diziam na infância com relação a grande festa da cristandade e poetizei, assim:
Disseram-me que o Natal é como a criança nascida:
água pura da fonte da eternidade.
Disseram-me também que o Natal é como o último dos bêbados
nos bares da vida:está sempre presente.
Disseram-me ainda que o Natal é o Cristo vivo
descendo de uma estrela branca,anunciando a paz,
trazendo Consigo uma multidão de beatos,
um carrossel de mendigos, uma procissão de mulheres,
todos decididos a um novo fruto colher.
Disseram-me que o Natal tem Espírito
de Senhor do mundo e tece, entre os homens, o amor,
a igualdade, o sentido de fraternidade
e se faz o mel da existência...
Sim, disseram-me muito do Natal.
Então, perguntei se o amor só tem o valor de um dia?!
Se a igualdade só tem a força de um dia?!
Se a fraternidade só tem a beleza de um dia?!
Perguntei ainda se o coração do homem só é festa
quando se diz que hoje é Natal?!
Depois, compreendi que não haverá verdadeiro Natal
no coração dos homens enquanto não se conhecer
o valor da alma e da água,
enquanto não houver calma no seio da madrugada
enquanto não sepultarmos o desejo de massacrar o outro
como símbolo da vitória!...
E,antes que seja tarde,mais tarde do que nunca,
busquemos na mensagem do Amor-Maior
a alegria que em nós reside ainda
mas não apenas em um dia e, sim, no nosso eternizar
a vida como luz da razão, antes que seja tarde
homens do Natal nosso de cada dia,
homens de boa-vontade, irmãos...
Cezar Ubaldo
Professor, cronista, poeta, autor e diretor tetral
Cezar Ubaldo