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Biografia de Chico Pinto é lançada na Câmara

Política - 28/05/2013
Biografia de Chico Pinto é lançada na Câmara Ana Tereza Baptista, autora da obra, autografa exemplar - Foto: Ascom

O livro “Chico Pinto: A voz que desafiou os ditadores”, de autoria da jornalista Ana Tereza Baptista, foi lançado na Câmara Municipal de Feira de Santana, na manhã desta segunda-feira (27). A obra integra a Coleção Gente da Bahia, editada pela Assembléia Legislativa do Estado da Bahia (ALBA).

O evento foi conduzido pelo presidente do Legislativo feirense, Justiniano França (DEM), que compôs a mesa juntamente com o prefeito José Ronaldo de Carvalho; o deputado estadual Marcelo Nilo (PDT), presidente da ALBA; deputado federal Colbert Martins (PMDB); o deputado estadual Carlos Geilson (PTN); a senhora Taís Alencar, viúva de Chico Pinto; além do senhor Aurelino Coelho (representando o reitor da Universidade Estadual de Feira de Santana, José Carlos Barreto de Santana).

O primeiro a usar a tribuna livre da Câmara foi o mestre de cerimônia da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia, Francisco Raposo, que destacou o programa editorial da ALBA.

Responsável pela saudação aos presentes, em nome da família do homenageado, o deputado Colbert Martins parabenizou a Casa da Cidadania, a ALBA e a autora do livro pela iniciativa de homenagear o feirense Francisco José Pinto dos Santos, mas conhecido pelo epíteto de Chico Pinto. Na oportunidade, ele enfatizou a brilhante carreira política e o relevante papel social de Chico Pinto na redemocratização do Brasil.

Na sequência, em nome da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Marcelo Nilo falou de sua satisfação em prestar uma homenagem a Chico Pinto, através de um relato biográfico de fundamental importância para a história do país.

“Hoje, a Assembléia Legislativa presta uma homenagem a um dos homens públicos mais respeitados do Brasil, da Bahia e de Feira de Santana, que é o saudoso Chico Pinto”, afirmou o presidente da ALBA.

Segundo ele, as duas funções básicas do Poder Legislativo são elaborar as leis do Estado e fiscalizar o Executivo, “mas a Assembleia colocou como prioridade também fazer daquele Poder a casa da cultura, resgatando a memória de pessoas que fizeram histórias na nossa Bahia”, disse Marcelo Nilo destacando as publicações da ALBA. O parlamentar também citou as qualidades do homenageado na vida pública e social.

O grande líder da democracia

Chico Pinto  está associado ao nome de Feira de Santana de forma absoluta. Feirense de nascimento, advogado formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi eleito vereador quando ainda era estudante (1951 a 1955) pelo PSD e ocupou a secretaria da Câmara Municipal durante quatro anos. Na época não havia remuneração, mas ele vinha de Salvador duas vezes por semana, religiosamente, para as sessões.

Fez parte da comissão que esteve com o então presidente Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, para reivindicar rede de água para Feira de Santana. A obra começou, mas foi interrompida com a morte de Vargas e reiniciada no Governo de Juscelino Kubitscheck, que veio para a inauguração tempos depois. Tornou-se prefeito em 1962, pelo PSD, assumiu o cargo em abril de 1963 e foi deposto pela Revolução de 1964.

Apesar do curto período da administração, deixou um saldo positivo de realizações: início das obras do Ginásio Municipal, elaboração do primeiro Código Tributário do Município, instalação da Farmácia do Povo e asfaltamento da rua Marechal Deodoro, dentre outras. Esteve preso e voltou à Câmara Federal em 1978, depois de absolvido pelo governo Geisel, sendo o deputado mais bem votado da Bahia. A sua vida de luta pela democracia o tornou um grande líder liberal. Sua oratória era extremamente empolgante.

 Além dos nomes citados, o lançamento da biografia de Chico Pinto contou com a presença também da autora Ana Tereza Baptista; do deputado federal Fernando Torres (PSD), dos deputados estaduais José de Arimatéia (PRB), Graça Pimenta (PR) e Maria Luiza (PDT); além de familiares e amigos do homenageado; secretários municipais; autoridades religiosas; representantes de movimentos sociais; profissionais de imprensa; escritores; estudantes; professores; lideranças políticas e pessoas da comunidade.

Vinte do total de 21 vereadores prestigiaram o evento, a única ausente foi a edil Eremita Mota (PDT), que não compareceu por motivo de força maior.

 

Mestre de cerimônia destaca

programa editorial da ALBA

Na manhã desta segunda-feira (27), na Câmara Municipal de Feira de Santana, o mestre de cerimônia da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia, Francisco Raposo, durante o lançamento do livro “Chico Pinto: A voz que desafiou os ditadores”, informou que o programa editorial da ALBA já publicou até o momento 103 livros.

“A maioria obras de inegável valor cultural e histórico, fora do catálogo das editoras comerciais há décadas – reeditadas agora, a exemplo da biografia de Rui Barbosa, escrita pelo senador Luís Viana Filho; ‘O Mundo Estranho dos Cangaceiros’ – fonte de pesquisa primária para o tema cangaço, de Estácio de Lima; e ‘Cascalho’, um clássico que trata da lavra de diamantes na Chapada Diamantina, escrito na década de 40 por Herberto Salles, um baiano que ingressou na Academia Brasileira de Letras”, destacou.

Outras obras importantes lançadas pela ALBA, ressaltadas por Francisco Raposo foram “A noite dos Coronéis”, de Guido Guerra e “Tempos Temerários”, de Nestor Duarte.

Segundo ele, a Coleção Gente da Bahia, da ALBA, que já publicou 23 volumes, é um projeto editorial que  traçam perfis biográficos de baianos ilustres nas mais diversas áreas de atuação.  "O último livro dessa Coleção contemplou o ex-deputado Chico Pinto, lançado na Assembleia Legislativa em dezembro de 2012", disse.

Raposo acrescentou que, "fomentando as letras da Bahia", todos os livros da referida Coleção foram produzidos e escritos por jovens autores, que também são jornalistas profissionais.

“O perfil ‘Chico Pinto: A voz que desafiou os ditadores’ foi escrito por Ana Tereza Baptista. Ela também escreveu um volume sobre o médico Elsimar Coutinho”, pontuou.

 

Colbert fala sobre a luta de Chico

Pinto em prol da redemocratização

 O deputado federal Colbert Martins (PMDB), nesta segunda-feira (27), na Casa da Cidadania, durante sua explanação no lançamento do livro “Chico Pinto: A voz que desafiou os ditadores”, destacou o relevante papel social do homenageado na redemocratização do país.

 “É uma grande honra estar aqui em um dia como hoje fazendo uma homenagem a um grande amigo, um grande feirense, a um grande baiano: Chico Pinto”, disse o deputado. Para Colbert, “Estamos marcando um grande dia que se começa a escrever a memória de Chico Pinto”, afirmou.

Em sua opinião, apesar dessa homenagem ao político feirense, “Feira de Santana ainda falta muito para que nós venhamos deixar marcada a memória de quem tanto lutou para que hoje nós pudéssemos ter a condição de falar, de ouvir, de andar nas ruas, de discutir, de ter liberdade de imprensa e de poder estar gozando de uma ampla liberdade neste país”.

O deputado lembrou que Chico Pinto enfrentou uma luta importante pela liberdade no Brasil, que, segundo ele, foi a luta contra a ditadura militar.

“Talvez muitas pessoas que estão aqui falando hoje, não pudessem ter falado, porque naquela época poucos tiveram a coragem de falar, mas Chico Pinto teve coragem e começou essa história aqui em Feira, ao lado de tantos outros vereadores”, salientou.

O deputado Colbert contou que Chico Pinto ganhou uma eleição para prefeito em Feira de Santana no ano de 1962, mas logo em seguida teve seu mandato cassado. Segundo ele, na época da ditadura militar, o Exército brasileiro impôs que a Câmara Municipal “derrubasse” Chico Pinto da forma legal. “Mas não foi derrubado, ele foi expulso da Prefeitura e outro prefeito aqui foi nomeado”, relatou.

O deputado disse que, fechado esse período, Chico Pinto voltou a lutar pacificamente. “Alguns foram para a luta armada no Brasil, mas Chico Pinto e tantos outros preferiram a linha da discussão política. Nesse período, ele foi eleito por várias vezes, onde esteve em Brasília nos representando com sua voz sempre forte, permanentemente sintonizada na defesa dos ideais de liberdade, que eram necessários que fossem defendidos e marcados naquela época”.

Colbert informou que Chico Pinto foi preso pelo regime militar por ter “ofendido” ao então ditador do Chile, Augusto Pinochet. “Chico Pinto dizia que Pinochet era bandido e assassino, que tinha matado muitas pessoas durante a revolução do Chile”, informou o deputado, salientando que a história comprovou que o político feirense estava correto em suas acusações.

Colbert ainda ressaltou  que, no período em que estava preso, os militares quiseram conceder a Chico Pinto a anistia de Natal, mas ele não aceitou. “Ele disse que não iria sair; não aceitou nenhum tipo de benesses, porque ele defendia suas próprias idéias. Esse é Chico Pinto, que muitas pessoas ainda não conhecem e que muitas pessoas precisam conhecer a sua história”, pontuou.

Ascom

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