Seria bom que em qualquer lugar do mundo, governantes e governados civis ou militares, tivessem bom-senso para a resolução dos graves problemas que consomem as sociedades. Seria bom que o Estado, através dos seus representantes oficiais, entendesse que em sendo vida a Educação, não deveria colocar em risco a vida dos sujeitos e dos agentes do processo educativo, ou seja, alunos e professores, a exemplo do inicio do ano letivo nesta segunda-feira, 6 de fevereiro, para demonstrar uma tranquilidade que não está dentro de cada um cidadão mesmo com a presença de mais de três mil homens das forças militares do Brasil com carros de guerra, armas pesadas no que esperamos que não se traduza em massacre para um prantear doloroso de toda a sociedade baiana.
Por outro lado, o bom-senso vem da iniciativa privada, quando as escolas particulares só iniciarão o ano letivo quando a tranquilidade social estiver confirmada.
Em verdade, o bom-senso por parte de governantes e governados deveria acontecer antes mesmo do movimento grevista acontecer. Seria importante que os homens do poder percebessem que o modelo que está aí,imposto, de que militar não pode fazer greve, está ultrapassado. Que haja Emendas à Constituição e que militares possam criar seus sindicatos de forma constituida, democraticamente, para que possam fazer as suas reivindicações justas ao poder público, sem a necessidade de confrontos iminentes como os que podem acontecer aqui na Bahia. Um outro ponto que deve ser revisto é o dos acordos politicos com segmentos da sociedade para a eleição de um determinado grupo politico. Que os acordos feitos, sejam da forma coerente, em que o candidato possa cumprir ao ser eleito e, não, deixar passar todo um ou dois mandatos e mandar todos às favas.
Bom-senso é reflexão. É pensar antes na sociedade organizada. É fazer valer os direitos do Estado e deixar fazer valer os direitos de todos. Nenhum ser humano nasce militar, médico, professor ou com qualquer outra profissão já definida na sua vida.Ao nascer, crescer, tornar-se adulto, ele é e deve ser visto como cidadão. Como cidadão o individuo tem obrigações e direitos. Então, em qualquer área da atividade profissional, o homem tem de ser visto como cidadão, que constituiu familia que tem suas carências e não deve ser esmagado como ratos por um interesse quase que particular. Bom-senso é saber governar, é saber dialogar questões sociais, é saber tratar com diplomacia os movimentos insurgentes e, não, incitar ainda mais os descaminhos sociais.
Nesse momento é importante lembrar Nietsche quando afirma que \"o sofrimento não é o lugar onde devemos morar\".
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Cezar Ubaldo é professor, cronista, poeta e autor de teatro
Cezar Ubaldo