Parcerias com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU) e a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) foram temas da conversa ocorrida nesta quarta-feira(14), entre o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Afonso Florence, e José Graziano da Silva, que em 1º de janeiro de 2012 assume a direção-geral da FAO. Graziano visitou o MDA junto com o representante da FAO no Brasil, o moçambicano Hélder Muteia.
Na conversa com o ministro, Graziano externou sua preocupação com as mudanças climáticas - um dos principais temas da Rio+20 em 2012.”Precisamos mudar para modelos de produção e consumo sustentáveis para fazer frente à mudança climática e garantir a segurança alimentar de toda a população", disse Graziano, que coordenou a elaboração e foi o responsável pela implementação do programa Fome Zero.
Segundo Graziano, existem três grandes gargalos no atual modelo de produção e consumo: o transporte e armazenamento de alimentos, que pode ser enfrentado com o fortalecimento dos mercados locais, privilegiando o consumo de alimentos frescos e tradicionais, o excesso de material não-reciclável envolvido na comercialização dos alimentos, e o desperdício. “Um terço da produção acaba sendo jogada fora”. O engenheiro agrônomo e economista afirmou ainda, que as populações de todo o mundo precisam rever seu padrão de consumo, pois a humanidade não pode chegar a 2050 mantendo os hábitos atuais.
O ministro Afonso Florence manifestou o desejo de ampliar a oferta de produtos da agricultura familiar brasileira para doar aos países cujas populações vivem em situação de insegurança alimentar.
De acordo com Graziano, o Brasil é o terceiro maior doador de alimentos para essas populações (boa parte delas no continente africano), atrás somente dos Estados Unidos e Canadá.
Ascom/Incra