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Câmara destaca centenário de nascimento do militante político Carlos Marighella

Política - 12/08/2011
Câmara destaca centenário de nascimento do militante político Carlos Marighella Carlos Marighella Filho recebeu uma placa na homenagem ao pai - Foto: Ascom

A Câmara Municipal de Feira de Santana, na manhã desta sexta-feira (12), mediante sessão especial, comemorou os 100 anos de nascimento do militante político Carlos Marighella, por iniciativa do vereador Angelo Almeida (PT), autor do requerimento. O evento foi conduzido pelo presidente da Casa Legislativa, Antônio Francisco Neto (DEM), que compôs a mesa juntamente com Anton Fon, dirigente Nacional da Consulta Popular e contemporâneo de Marighella; Carlos Augusto Marighella, filho do homenageado; Jaime Cruz, presidente do Partido dos Trabalhadores em Feira de Santana e José Nery de Almeida, pároco da Catedral de Santana, representando o arcebispo Dom Itamar Vian.  

“É preciso não ter medo, é preciso ter coragem de dizer. O homem deve ser livre...”, disse Angelo Almeida, após saudar os presentes na sessão especial. Para o vereador, esse trecho do poema “Rondó da Liberdade”, de Carlos Marighella, não representa apenas o sentimento de um homem, mas de toda uma nação. O petista salientou que “o Brasil já viveu oprimido, cerceado em seus direitos, amordaçado”. Todavia, segundo ele, “jamais cabisbaixo, porque neste país existiram – e existem – homens e mulheres que não tiveram medo de ir às ruas, de ir à luta, de guerrear pela liberdade.

Angelo ressaltou que na década de 60, por exemplo, não existia diálogo, nem democracia. “E foi aí que um baiano, negro, livre por natureza, poeta, sonhador, comunista e engajado nas lutas sociais, disse: ‘Eu não aceito!’, e formou um verdadeiro exército popular que se uniu a tantos outros em cada canto desse país. Carlos Marighella se tornou o inimigo número um da ditadura militar e um símbolo de esperança e liberdade para o Brasil”.  

Em sua opinião, talvez, se Carlos Marighella não tivesse se indignado ante tanta opressão, estivesse ele com sua família comemorando seus 100 anos. “Mas, o Brasil, companheiros, este seria um outro país”, afirmou.

Aton Fon, que foi companheiro de luta de Carlos Marighella, fez um breve relato da vida do homenageado, enfatizando aspectos familiares; formação escolar; obras poéticas; oposição às idéias nazi-fascistas; militância no Partido Comunista; atuação como deputado federal; defesa das aspirações operárias, estudantis e dos trabalhadores rurais; combate às ditaduras do governo Vargas e dos militares; divergência política; fundação da Ação Libertadora Nacional (ALN); prisões e torturas sofridas; vida clandestina, entre outros.

Na sequência, o palestrante destacou a emboscada feita pelos agentes do Departamento de Ordem Pública e Social (Dops), que resultou na morte de Marighella, na noite de 4 de novembro de 1969. “Naquela noite, todos nós morremos um pouco, porque foi roubada uma parte importante de nós. É por isso que precisamos ter claro que há muito que se recuperar. Aquilo que nos foi tirado naquela noite temos o dever de buscar recuperar”, disse Aton Fon. 

Ele salientou que enquanto em Feira de Santana se abre a Câmara para resgatar a memória de combatentes como Carlos Marighella, no país como um todo ainda se procura negar o acesso do povo ao conhecimento da história do Brasil. “Nós queremos saber o que aconteceu, nós queremos resgatar quantos Carlos Marighella estão desaparecidos e foram assassinados, quantos brasileiros, como ele, poderemos homenagear a cada ano, na memória de quantos brasileiros, como Marighella, poderemos criar nossos filhos. Iremos apelar a cada ano, a cada 100 anos lembrar a memória desse brasileiro, que nos faz mais seres humanos e mais comprometidos com o futuro”, pontuou. 

Em consonância com a explanação de Aton Fon, o filho do homenageado, Carlos Augusto Marighella, fez um breve resumo da história do seu pai. Ele declarou que desde a morte de Marighella, em 1969, se sentiu na obrigação - enquanto membro da família, brasileiro e militante político - de homenageá-lo, tendo em vista o legado que deixou para a história do Brasil.

“Meu pai lutou contra a intolerância e contra todos os ditadores que apareceram no país, desde os 18 anos de idade, e sempre com um discurso de motivação pela defesa do Brasil, pela emancipação econômica. Seu discurso revelava um intenso amor pelo povo brasileiro, sobretudo pelas pessoas humildes”, lembrou. 

Carlos Marighella Filho acrescentou que, embora o pai dele tivesse passado a maior parte da vida em permanente fuga e na clandestinidade, era uma figura humana admirável. “Um homem poeta, que gostava de música, de Carnaval, que transbordava alegria e felicidade a todo o momento. É contagiante, inclusive, toda a esperança e todo esse espírito sonhador que ele tinha, e ao mesmo tempo toda a coragem que ele teve ao enfrentar a dura realidade”.   

O palestrante agradeceu a Câmara, na pessoa do vereador Angelo Almeida, pela homenagem concedida a seu pai e disse que Carlos Marighella deveria ser igualmente homenageado em todas as cidades brasileiras. “Deveria ser nome de aeroportos, ruas, ter estátuas. Nós não podemos mais tolerar esses falsos heróis do passado, esses sim, traíram o Brasil e mataram brasileiros. Não são poucos aqueles que morreram covardemente nas prisões, torturados por conta dos maus governantes que tivemos no Brasil, que endividaram o nosso país, que impediram que nossa nação prosperasse como queria Marighella”, desabafou. 

Aproveitando o ensejo, ele anunciou que no Teatro Vila Velha, em Salvador, no dia 5 de dezembro, acontecerá um julgamento simbólico de Marighella, reconhecendo neste a condição de anistiado e perseguido político.  

A sessão especial teve o seu desfecho com o vereador Angelo Almeida entregando uma placa ao filho do homenageado pela passagem dos 100 anos de nascimento de Carlos Marighella. Na oportunidade, foi exibido um vídeo com fotografias de Marighella e dos embates políticos nos quis ele esteve envolvido. 

Compareceram também ao evento os vereadores Carlos Alberto da Rocha – Frei Cal (PMDB), José Carneiro Rocha (PDT) e Roberto Tourinho (PSB), além de profissionais de imprensa, estudantes, representantes de associações, sindicatos e partidos políticos de esquerda, entre outros.

 

Câmara comemora o Dia do

Diácono com sessão especial

 

A Câmara Municipal realizou na noite da quinta-feira (11), sessão especial para comemorar o Dia do Diácono, data instituída em 2008. Os trabalhos foram coordenados pelo vereador Antônio Francisco Neto – Ribeiro (DEM), presidente da Casa da Cidadania.  A Mesa foi composta pelo padre Hipólito Gramosa dos Santos, representado o arcebispo da Arquidiocese de Feira de Santana, Dom Itamar Vian e pelo diácono Gilberto Santana dos Santos, palestrante da sessão, além do presidente Ribeiro.

Coube ao vereador Carlos Alberto Costa da Rocha – Frei Cal (PMDB), autor do requerimento para realização desta sessão especial, saudar os diáconos presentes, vereadores e membros da comunidade em geral, que compareceram ao plenário e a galeria da Câmara. Inicialmente, Frei Cal fez referência ao vereador Roberto Tourinho (PSB), autor do projeto de Lei que criou a data comemorativa.

 

O peemedebista ressaltou a importância dos diáconos como servos de Jesus Cristo e se remeteu a passagens bíblicas para evidenciar o papel exercido por estes fieis seguidores e propagadores da fé cristã na nossa sociedade. “Os diáconos devem ser dignos de respeito, homens de palavra, não inclinados à bebida, nem ávidos de lucros vergonhosos. Conservem o mistério da fé com a consciência limpa. Também eles devem ser primeiramente experimentados e, em seguida, se forem irrepreensíveis, sejam admitidos na função de diáconos” 1Tm 3, 8-13.

 

Em seguida, o padre Hipólito Gramosa destacou o significado do termo diácono, que vem do grego e quer dizer servidor. Posteriormente, ele explicou o que é o diaconato. “Esta é uma instituição bíblica. Diáconos, presbíteros e bispos participam do único sacramento da ordem, em graus diferentes, que tem a sua fonte em Cristo servo, pastor e sacerdote. Pela ordenação, o diácono se torna clérigo e ministro da igreja”, disse ele.

 

Segundo o padre, cabe ao diácono estimular a comunidade cristã a descobrir as necessidades dos irmãos e provocá-la no surgimento dos serviços correspondentes. “Ele tem a graça de suscitar a co-responsabilidade do povo de Deus na evangelização e na vivência dos valores humanos e cidadãos”, afirmou. Desta forma, complementou o sacerdote: “Os diáconos estão a serviço da comunidade eclesial e da sociedade”.

 

O diácono Gilberto Santana, palestrante da noite, agradeceu a Câmara Municipal pela realização da sessão especial e principalmente por ter criado esta data comemorativa em Feira de Santana. “Voltando nossos olhares a este acontecimento, no qual o Poder Legislativo confere homenagem a homens e mulheres que abraçaram a vocação de servir ao povo de Deus, rejubilemo-nos e alegremo-nos neste dia em que o Senhor fez de nós, servos do reino”, afirmou.

 

Gilberto Santana explicou o papel exercido pelos diáconos em celebrações: “cabe a nós assistir o bispo e os padres na celebração dos divinos ministérios, sobre tudo a eucaristia, distribuir a comunhão, assistir ao matrimônio e abençoá-lo, proclamar o evangelho e pregar, presidir os funerais e consagrar-se aos diversos serviços da caridade”. Assim, os diáconos, são ordenados para cumprir são ministros ordenados para as tarefas em prol dos serviços da igreja.

 

O convidado aproveitou a oportunidade para enfatizar o papel de dois homens, que segundo ele, demonstraram muito zelo e comprometimento com o diaconato. Sendo eles, Estevão e Lourenço, homens que “fertilizaram a terra com sangue, mostrando-nos que a vida só tem sentido quando servimos ao reino de forma radical”.

 

Estevão exerceu importante papel na divulgação da palavra de Cristo. “Ele fazia com tanto fervor, que chamou a atenção dos judeus e chegou a ser preso”. Já Lourenço é tido como “o primeiro dos diáconos, que tinha grande amizade com o papa Sisto II e era responsável pela administração dos bens da igreja que sustentava a muitos necessitados”, concluiu. 

 

 

Ribeiro recebe a visita de políticos

de Santo Amaro da Purificação

O presidente da Câmara Municipal de Feira de Santana, vereador Antônio Francisco Neto – Ribeiro (DEM), recebeu a visita de cortesia do vereador de Santo Amaro da Purificação, Eduardo Almeida de Freitas (PMDB) e do pré-candidato a prefeito da cidade do Recôncavo baiano, Cássio Requião Barreto.

 

Ribeiro mostrou-se bastante satisfeito com a visita e ressaltou o trabalho realizado por Freitas no Poder Legislativo santo-amarense. Além disso, ele elogiou o papel exercido por Cássio Requião junto a Maçonaria, ordem da qual o presidente da Câmara de Feira também faz parte há mais de 30 anos.

 

Em abril passado, o vereador Ribeiro recebeu homenagem concedida pela Câmara Municipal de Santo Amaro, por indicação de Eduardo Almeida de Freitas. Ele foi congratulado por ter sido eleito presidente da Casa da Cidadania, cujo mandato foi assumido no começo deste ano.

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