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Senadora Gleisi Hoffmann é a nova chefe da Casa Civil

Política - 07/06/2011
Senadora Gleisi Hoffmann é a nova chefe da Casa Civil Gleisi Hoffman é advogada e foi eleita senadora pelo Paraná - Foto: Divulgação

A senadora petista Gleisi Hoffmann, que cumpre atualmente seu primeiro mandato parlamentar, é a nova ministra-chefe da Casa Civil. Mulher do atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, Gleisi, 45 anos, foi apontada como uma das que, em reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria pedido a saída do hoje demissionário ministro Antonio Palocci. Ela nega ter feito o apelo, embora tivesse confirmado ter solicitado que o ex-braço direito da presidente Dilma Rousseff prestasse explicações públicas sobre uma eventual evolução patrimonial irregular.

Eleita pelo Paraná, Gleisi se reuniu nesta terça-feira com a presidente Dilma Rousseff, de quem recebeu o convite para suceder Palocci. Apontado durante a transição de governo e nos 127 dias em que ficou à frente da Casa Civil como braço direito da presidente, Palocci é a primeira baixa entre os principais integrantes do alto escalão do governo petista.

Com informações da Agência Brasil.

Saiba quem é Gleisi Hoffmann
Gleisi Hoffmann é advogada e foi eleita no último pleito com 29,50% dos votos para uma das vagas do Paraná ao Senado. Ela se filiou ao PT em 1989 e ocupou cargo no governo do Estado de Mato Grosso do Sul e na prefeitura de Londrina, onde foi secretária de Gestão Pública.

Em 2002, participou na equipe de transição de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi indicada para o cargo de diretora financeira da Itaipu Binacional. Em 2006, foi candidata ao Senado e, em 2008, à prefeitura de Curitiba.

Ela também integrou, em 2002, a equipe de transição de governo do presidente Lula, ao lado da então ministra Dilma Rousseff. Em 2002, assumiu a diretoria financeira da Itaipu Binacional. Em 2006, Gleisi participou de sua primeira eleição como candidata do PT ao Senado Federal pelo Paraná, mas foi eleita senadora somente no ano passado. Em 2008, foi candidata do partido (PT) à prefeitura de Curitiba.

Durante uma reunião da bancada petista sobre a polêmica que envolveu o nome de Palocci, a senadora defendeu que fossem dados esclarecimentos sobre o aumento de patrimônio do ministro, no entanto, negou que tivesse defendido a saída do então ministro da Casa Civil.

"Eu defendi que nós tivéssemos todos os esclarecimentos sobre a situação em razão de ser um assunto pessoal que estava afetando o governo. Não defendi a saída do ministro Palocci e tenho certeza de que ele vai dar todas as explicações e esclarecimentos necessários nos fóruns competentes", disse a senadora.

A manifestação negada por Gleisi foi divulgada nesta quarta pelo jornal Folha de S.Paulo. Segundo o periódico, a fala da senadora teria acontecido durante almoço que ela ofereceu, na semana passada, ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. O jornal também publicou, no dia 15 de maio, que o ministro multiplicou por 20 seu patrimônio em um período de quatro anos.

"Razão e Justiça"
Na noite de ontem, após a confirmação de que não seria investigado penalmente pelo chefe do Ministério Público, o ministro demissionário fizera um apelo para o retorno da "razão, equilíbrio e Justiça" ao embate político.

Nesta tarde, Antonio Palocci encaminhou carta à presidente Dilma Rousseff solicitando o seu afastamento do governo. Ele argumentou que "continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo".

"O ministro considera que a robusta manifestação do procurador-geral da República confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta", disse Palocci em nota.

A crise Palocci
De acordo com reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo no dia 15 de maio, semanas antes de assumir a chefia da Casa Civil Antonio Palocci (PT) comprou um apartamento em São Paulo por R$ 6,6 milhões. Um ano antes, ele havia adquirido um escritório na cidade por R$ 882 mil. Com os novos bens, o patrimônio do ex-ministro teria se multiplicado 20 vezes em quatro anos. O então ministro alegou que o lucro foi gerado por sua empresa de consultoria, a Projeto, dentro da legalidade e declarado à Receita Federal. No entanto, ele alegou que cláusulas de sigilo o impediam de revelar maiores detalhes sobre os contratos ou seus clientes.

Mas a onda de denúncias continuou. Na Câmara, o PSDB levantou suspeitas sobre a liberação rápida de cerca de R$ 9 milhões em restituição do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) logo após o primeiro turno das eleições de 2010 a uma empresa, a WTorre. Os valores, relativos aos anos-base 2007 e 2008, teriam sido liberados apenas um mês e meio após o pedido, em duas operações com diferença de quatro minutos entre uma e outra. Em contrapartida, segundo a oposição, a empresa teria financiado a campanha da presidente Dilma Rousseff no valor de R$ 2 milhões. A WTorre seria uma das clientes da empresa de Palocci.

A Procuradoria Geral da República pediu explicações ao ex-ministro, mas decidiu arquivar os pedidos de investigação por considerar que não houve indícios de procedimentos ilegais. Pressionado pela oposição e pela própria base para que apresentasse uma defesa em público, Palocci concedeu uma única entrevista sobre o tema. Na noite de 3 de junho, ele afirmou ao Jornal Nacional, da Rede Globo, que sua empresa não atuou com contratos públicos. O ministro disse que trabalhou em fusão de empresas, mas que nunca junto ao Banco Central, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ou ao Ministério da Fazenda para resolver problemas das empresas que procuraram seus serviços. 

Laryssa Borges / terra.com.br
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