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Comissão da Igualdade discute implantação do Comitê Baiano pelo Desarmamento

Política - 31/05/2011

Salvador é a campeã nacional nas estatísticas de morte por arma curta de fogo calibre 38. Este e outros números do Brasil sobre a realidade da falta de controle de armas pequenas e ligeiras, como são denominadas as pistolas e revólveres, foram revelados pelo coordenador regional da Campanha Nacional de Entrega Voluntária de Armas e Munição (Cevam), Clóvis Nunes, nesta terça-feira (31), na Comissão de Promoção da Igualdade (Cepi) do Legislativo baiano que discutiu a implantação do Comitê Baiano pelo Desarmamento.

 

Durante a audiência pública, convocada pelo presidente do colegiado, deputado Bira Corôa (PT), foi apresentada estimativa de que apenas 10 % das armas existentes no País estão em poder das forças de segurança. “16 milhões de armas circulam no país, sendo que dois milhões estão nas mãos do poder de polícia. Metade dos 90%, ou seja sete milhões, é de arma ilegal e que está matando”, disse Clóvis.

 

Segundo o coordenador regional da campanha, o Brasil é o campeão mundial em mortes por arma de fogo, superando registros de países como a China, Índia e Estados Unidos. “Há dez anos nossa média é 40 mil mortes por ano. Nós temos uma guerra civil declarada, matamos mais que países em conflito”.

 

O Estatuto do Desarmamento foi reverenciado, em todas as falas, como ferramenta fundamental para reduzir esses números. “O foco do Estatuto é a arma na ilegalidade, que está hoje ao alcance de qualquer pessoa”, disse o representante nacional do Cevam, Almir Laureano, que apontou como metas o controle e monitoramento rígido das armas desde a saída da fábrica, combate ao tráfico e ilegalidade e a entrega voluntária de armas.

 

Realengo - A campanha pelo Desarmamento foi antecipada por conta do crime, em abril, na escola do bairro carioca do Realengo, onde um jovem armado matou doze estudantes. O episódio foi lembrado pelo deputado Bira Corôa para reforçar a necessidade de mobilização dos baianos na campanha pelo desarmamento. “Essa campanha tem que ser da sociedade, dos movimentos sociais, com o mesmo peso que tem para o aparelho policial”, disse o parlamentar.

 

Foram desmistificados alguns argumentos contrários ao desarmamento, como a idéia de que são “os bandidos que usam arma” – segundo Clóvis, 67% dos crimes são cometidos por pessoas que não têm antecedentes criminais. Outro dado desmonta a tese de que a maioria das armas em circulação é contrabando – “O Brasil é o 3º fabricante mundial de armas e o 1º da América Latina”, sentenciou.

Também participaram da mesa Valter Sena, do Movimento Salvador Pela Paz, e Valmir Castro, do Ska Reggae. A audiência foi acompanhada por estudantes dos cursos de Direito e de Serviço Social da Faculdade São Salvador, alunos do professor Vanderlino Lima.

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