O Sistema de Reconhecimento Facial da Secretaria da Segurança Pública
(SSP) auxiliou na captura de 42 foragidos da Justiça, no Carnaval de
Salvador. A informação foi apresentada na manhã desta quarta-feira (25),
no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar,
durante coletiva de balanço da festa.
Entre os suspeitos flagrados (40 homens e duas mulheres) e com ordem
judicial de prisão, estavam dois envolvidos em homicídios, 13
relacionados a tráfico de drogas, 14 procurados por roubos, três ligados
a furtos, entre outros casos. Em todos os casos, a ferramenta
tecnológica indicou semelhança acima de 90%.
Os indivíduos foram conduzidos e passaram pelo processo de identificação
humana, em alguns casos com o recurso do Face Check (foto da palma da
mão e comparação das impressões digitais), ferramenta usada em fase de
teste.
"O Carnaval de 2020 confirma o nosso pioneirismo no uso de tecnologia de
ponta em grandes eventos. Começamos com o Reconhecimento Facial na
festa do ano passado e tivemos um preso. Na Micareta de Feira, nós
alcançamos 33 foragidos e agora encerramos a folia
de Salvador com 42 capturados", comemorou o secretário da Segurança
Pública, Maurício Teles Barbosa.
Número real de foliões
Pela primeira vez na história do Carnaval de Salvador foi possível
afirmar a quantidade mais próxima da realidade de pessoas nos circuitos
Dodô (Barra/Ondina), Osmar (Centro) e Batatinha (Centro Histórico). A
contagem foi realizada pelo Sistema de Reconhecimento
Facial, que também confirmou uma grande migração do público para o
circuito orla.
No total foram 11,7 milhões curtindo a festa entre quinta (20) e a
quarta-feira de cinzas (26). Desses, 6,9 milhões se concentraram nos
bairros da Barra e Ondina. No circuito Osmar (Centro) foram 3,4 milhões e
no Batatinha (Centro Histórico) foram 1,4 milhões
pessoas.
"Se pegarmos o número geral de público e fizermos uma conta proporcional
à quantidade de ocorrências, temos 0,003% de vítimas de delitos. É
muito pouco levando em consideração uma festa de rua, com locais
apertados, uso excessivo de álcool e, em alguns casos,
de drogas ilícitas", comentou Barbosa. Ele acrescentou que a ausência
de morte na festa tem de ser exaltada.
Ocorrências e produtividade
O Carnaval de Salvador terminou sem registro de morte violenta nos três
circuitos. Não houve também latrocínio (roubo seguido de morte) e lesão
dolosa seguida de morte. As tentativas de homicídio tiveram queda de
70%. Foram três casos computados este ano, contra
10 registros em 2019.
Nos seis dias de festa, 3.110 suspeitos foram conduzidos aos postos,
resultando nas prisões em flagrante de 52 criminosos. Nas Centrais de
Flagrantes, a polícia contabilizou ainda cinco registros de armas
brancas apreendidas.
Durante a folia, nove casos de importunação sexual foram registrados, um
de homofobia, dois de racismo, 157 roubos (121 em 2019), 1.090 furtos
(891 em 2019) e 120 lesões corporais (118 em 2019).