Determinados personagens do mundo político não costumam cometer erros quando aprendem com o homem de Florença que devem imitar os acertos dos grandes e relegarem ao esquecimento as experiências desastrosas de quem deu errado. Por isso que o que mais se discute no momento em Feira de Santana é se com a provável renúncia do atual prefeito para ser candidato nas próximas eleições, Colbert Martins acertará ou cometerá os erros que já foram cometidos politicamente aqui no município.
Por certo que tem gente ainda duvidando da saída do prefeito da “sua Prefeitura” para entregar a um grupo político que ele não pode chamar de seu. Mas a maioria absoluta dos atores políticos já sabe que a partir de abril os corredores do Paço Municipal estarão respirando novos ares, com novos atores colocando novos perfumes aqui e ali, e do mesmo modo, limpando odores desagraveis de certos ambientes.
O debate mais recorrente é se Colbert pretende seguir à risca o mesmo roteiro do ex-prefeito Tarcízio Pimenta, que em vez de organizar um grupo político para chamar de seu deixou as raposas tomando conta do galinheiro, ou se ele ouvirá os conselhos eternos do homem de Florença e muda tudo para seguir sua carreira solo, e tentar a reeleição em 2020.
Que Colbert é totalmente diferente de Tarcízio Pimenta ninguém duvida aqui, pois não está na condição em que se encontra por vontade de José Ronaldo, mas pura e simplesmente por coordenar politicamente um pequeno grupo que lhe concedeu a condição de vice-prefeito. Caberá somente a ele seu futuro, considerando que ele já sabe com quem está lidando.
Vozes dos “senadinhos” dizem que tudo será diferente, porque Tarcízio além de não ter tido um grupo e nem ter criado este, ainda era do mesmo partido do homem da Prefeitura, enquanto Colbert conta com um pequeno grupo, e na Prefeitura com condições de assimilar para si o espólio político deixado por Geddel. Basta para isso usar a máquina para aumentar a formação de seu grupo com aliados do próprio MDB e de quadros amigos da UEFS.
Nessa condição quem deve está com a cabeça quente deve ser exatamente José Ronaldo, pois sabe também que não está lidando com gente de seu partido e gente que ele dará ordens mesmo fora da Prefeitura. A imprensa é que somente está dando atenção às agruras das decisões que deve tomar o prefeito de Salvador, ACM Neto, mas a situação do prefeito de Feira de Santana também é tão cruel como um túmulo. E se sair e perder as eleições, e ficar sem quadros políticos dentro da máquina da Prefeitura para construir a sabotagem já conhecida na história de Tarcízio Pimenta?
Para um bom entendedor das coisas políticas, o recado mais claro das diferenças políticas e administrativas entre o modelo ronaldista e o modelo de Colbert ficaram claras naquela atitude do líder do governo, na abertura dos trabalhos da Câmara Municipal, em que este tentou ofuscar o brilho do futuro chefe. E ofuscar o brilho de um chefe é o pior dos mundos na política, pois esconde o veneno que pode servir para matar politicamente um ou outro.
Fica a incógnita! E esse mês vai acontecer e se revelar ainda muita coisa. Ficando em aberto a quase certeza de que pela primeira vez o grupo de José Ronaldo pode ficar com pouca estrutura na Prefeitura, e sem as mesmas condições de renascer como aconteceu nos idos do início dessa década. A história continua sendo a prova dos nove...!