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Vivaldo: um intelectual feirense para o mundo

Especiais - 23/09/2010
Vivaldo: um intelectual feirense para o mundo Vivaldo Costa Lima - Foto: Correio da Bahia

Muita gente erudita já falou sobre o renomado antropólogo Vivaldo Costa Lima, recentemente falecido. Mas aqui, gostaria de enfocar o o homem que recuperou o prédio da antiga Escola Normal para ser hoje o CUCA -Centro Universitário de Cultura e Arte. Apesar de seu trabalho, o feirense Vivaldo Costa Lima é pouco conhecido em sua cidade natal de onde saiu pequeno com o seu pai, o sr. Paulo Costa Lima, industrial criador da Jurubeba Leão do Norte. Formou-se em Salvador, viajou pelo mundo dando conferências, estudou muito o Candomblé e as comidas baianas mas nunca esqueceu de sua terra.

Tanto é que guindado pela segunda vez como diretor do IPAC, no início da segunda gestão do sr. Antonio Carlos Magalhães no Governo do Estado, em 1990, ele começou os levantamentos da restauração do prédio, solicitado pelo então Reitor Josué da Silva Mello, da UEFS a quem já pertencia o imóvel desde aquela época. Fez os levantamentos iniciais com sua equipe bem como começou o processo de tombamento dos painéis de Lenio Braga na Estação Rodoviária  de Feira,.

Como ainda não havia verba para continuar  a restauração do Pelourinho em Salvador, Vivaldo determinou  a  prioridade para Feira, cujas obras foram concluídas em l995, já com sua sucessora, a dra. Adriana Castro, ganhando a cidade um centro cultural até hoje atuante e que tem formado tantos artistas na Musica, Artes Plásticas, Teatro, Dança e afins.. Bem como criou um espaço para a mudança do acervo do Museu Regional de Arte, dirigido por mim como assessor cultural da UEFS na época. Seria justo que a UEFS e a Câmara de Vereadores  fizessem uma devida homenagem colocando seu nome em algum logradouro ou repartição.

Em Salvador, foi o criador do CEAO- Centro de Estudos Afro-Orientais, no governo do Presidente Janio Quadros, órgão que orientou e formou muitos intelectuais negros, especialmente no Candomblé e abriu horizontes para os estudos sobre a África e os africanos no Brasil.

Como diretor do IPAC, na revitalização do Pelourinho já tinha uma visão que agora  é difundida para tal área. Na instrumentalização de sua política, contrariando então os segmentos conservadores, preconizava que a renovação arquitetônica deveria ser acompanhada de uma perspectiva de integração social. E para isso tornava-se fundamental, criar melhores condições de vida para a população e a sua manutenção nos prédios porventura recuperados. Quer dizer, o Pelourinho não devia ser só vitrina para os turistas, mas também para ter função social para seus moradores.

Como professor de Antropologia da UFBA., Vivaldo da Costa Lima, formalmente orientou muitos alunos, tais como Ieda Pessoa de Castro, Júlio Braga, Ronaldo Senna, Vicente Deocleciano Moreira, Esterzilda Azevedo, Jeferson Bacelar, entre outros expoentes. E foi com justiça que a Universidade lhe concedeu há cinco anos atrás o título de “Professor Emérito”. Enfim, os feirenses cultos o reverenciam.

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* Franklin Maxado é jornalista e poeta. Ex-diretor do Museu Regional de Arte e ex-Presidente da AFL-Academia Feirense de Letras.

Franklin Maxado
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