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Quo Vadis?

Contos e Crônicas - 23/08/2011

Na tela do aparelho de televisão vemos violências de todo tipo ao vivo ou não. Vemos através da telinha o que acontece nos pátios das escolas ou nas salas de aulas de todo o pais onde alunos agridem outros de forma gratuita com uma violência tal que nos fazem pensar que voltamos à idade das trevas, assim como vemos ocorrer assassinatos nas vias públicas por motivos banais sem que  acreditemos que haverá uma mudança nos hábitos dos homens contemporâneos que convivem com um forte e massificante processo de informação midiática e não percebem que tais informações devem servir para abrir as portas da comunicação através da relação dialógica, da reflexão e da convicção de que todos somos diferentes, mas não necessariamente antagônicos, como bem nos assegurou Paulo Freire.

A quase inexistência da familia como base social, o exacerbado desejo de poder econômico, a visão deturpada sobre ídolos, os ídolos corrompidos,a descrença nas instituições, a alienação psico-social contribuem para que jovens se deixem envolver pelos mais vis desejos,que eles vejam na violência a forma de \"comunicação\" mais apropriada para a sua \"relação social\" tendo a colaboração de pais sem poder de dominio e sem diálogo com a familia por conta dos males da sociedade atual como o uso indiscriminado de drogas, a inexistência de crença em um Ser Superior e a brutal necessidade de firmar-se como \"liderança\", mesmo que negativa, de um determinado grupo que aos poucos vai se degradando, caindo nas prisões, mortos por traficantes ou em confrontos com policiais.

Os fenômenos de convivência humana sempre existiram e existirão por conta das diferentes formas de pensar dos homens. Mas, se esses conflitos existirem de forma inteligente através do discurso sobre formas de pensamentos será de grande utilidade para a sociedade, caso contrário, será lastimosa a relação entre pessoas que não agem como seres humanos, estando mais na condição primitiva de seres biológicos.

Na relação ativa com a sociedade o homem não tem demonstrado, na contemporaneidade, o que pode fazer de bom para si e para o outro. A idéia de que o grupo do outro é o grupo a ser castigado, execrado, dizimado faz tremer a todo aquele que tem o sentimento da importância da vida, da necessidade de se conhecer o outro como forma de conhecer a si próprio.

A falta do exercicio de valores nos dias atuais por parte do que vem restando de familia, das politicas educacionais propostas pelo Estado e da perigosa tendência de que tudo passa por um consultório de profissional que avalia o comportamento mental nos levará a formação de um grande grupo de alienados mentais, assim como ocorre em o alienista, de Machado de Assis.

A falta do NÃO na relação entre pais e filhos, a permissividade social, o despreparo da escola como instituição que ainda não se modificou, tratando apenas da questão quantitativa em todos os aspectos de sua realidade, mesmo que queira mostrar o contrário, assim como o próprio temor de pais e professores com relação à violência dos jovens e em geral, além do descaso por parte das autoridades que apenas utilizam paliativos nas ações relacionadas com os graves problemas nascidos no que ainda resta de familia e transportados para as ruas e para as escolas nos levam à pergunta crucial: Quo Vadis?

Sim, para onde vamos se não encaramos seriamente os problemas sociais; se jogamos para debaixo dos tapetes toda a sujeira, todo o lamaçal que diuturnamente envolve a nossa sociedade?

Uma Nação só será desenvolvida se houver Educação verdadeiramente voltada para a formação do homem como ser holístico e a partir daí novos caminhos se abrirão com perspectivas novas, com um novo paradigma social, com novas crenças, sabendo o que o presente representa para todos e o que o futuro será.

Cezar Ubaldo 

Cezar Ubaldo
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