Desde dentro do miolo da vida
Tudo está em estado de passagem
Na rotação constante do movimento
No suceder rítmico de toda paragem.
Nas pelejas agridoces do cotidiano
Podemos renascer a cada momento
Dos desafios entre o velho e o novo
Rebentam os lampejos de renovamento.
Viver é arriscar e partejar todo dia
Nesse fluxo permanente de mutação
Inventando sempre novos compassos
Na cadência da dança de cada estação.
Urdir as tranças de nossas sagas
Com os pés bem fincados no chão
E os sonhos roçando as estrelas
Com o pulsar pregnante do coração.
Enveredar nosso destinamento
Nas encruzilhadas de espinho e flor
Pelas trilhas tortas das andanças
Vicejar as in-tensidades do amor.
Assim a vida singra seu destinar
Em estado constante de travessia
Como as proezas das curvas do rio
Nas torrentes de remanso e ventania.
Miguel Almir
MIguel Almir