Palhaços eram três,
colando nossos cérebros
calando nossos corações
com lágrimas como neblina
Com virtudes muito ocas
no palco-porto da dor.
Com as bocas seladas
e um riso morto nos pulmões.
Palhaços eram dois,
com uma ferida irada
nos olhos, pedras de sangue
chovendo manhãs
sem luz, sem ecos...
Palhaço só ficou
com um riso feito cicatriz de medo,
sem voz, escudo e apelo
talvez sendo verso,
certo espanto dos casais,
caminhando sob as luzes de gás neon...
Cezar Ubaldo
Cezar Ubaldo