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Pálida vida

Poesia - 01/12/2016

Que me lambe úmida

Com a saliva da breve partida,

Donde a tácita voz ao mundo cabe.

 

Se a reluzente imagem paterna

Quão desdenhada aos meus olhos

                                               fulguram.

Perco-me nas cadeias cadavéricas,

Onde a face se transfigura.

 

E sobre o colo das maternas tetas

Concedo a espada que esse vil peito fere.

Tamanha vertigem da dor perdida,

Vai, mulher!, sobre relvas gregas.

 

As correntes se desatam,

E o filho então convertido

 Em um virgem deus ambíguo,

Transpassando a lógica,

E o ébrio ventre da metafísica

No acalanto das pasmas saudades...

 

Adriano Eysen

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