Bel Pires: obra de Aloisio Resende na sala de aula - Foto: Bernardo Bezerra/Secom
Um livro que reúne história, antropologia, religião e cidadania, através de narrativas, crônicas, poemas e artes plásticas. Parece confuso, mas é exatamente o contrário. A clareza é a principal característica de “Aloisio Resende, poeta do candomblé – a história das populações negras em Feira de Santana”, do professor e historiador Josivaldo Pires de Oliveira, ou simplesmente Bel Pires. “São textos rápidos, de formatação diferenciada, para que tenha maior alcance”, define o autor, que divide a obra com Denilson Lima Santos e Gabriel Ferreira. A ideia, conforme anunciou no ato de lançamento, realizado na noite desta terça-feira (29), no Museu de Arte Conteporânea (MAC), é levar as questões abordadas no livro para a sala de aula, em uma segunda etapa do projeto. Sobre a escolha da obra de Aloísio Resende como objeto de estudo, Bel Pires disse que na verdade não foi uma escolha. “Eu não encontrei, eu fui encontrado por Aloísio Resende”, afirmou, admitindo que muitas características da vida do poeta se assemelham à sua própria vida. “Somos negros, pobres e não saímos de nossa comunidade”, exemplificou. Ainda durante o lançamento, que foi prestigiado por professores, poetas, escritores e profissionais de comunicação, Bel Pires destacou a importância do apoio da Prefeitura Municipal para viabilizar o projeto. A publicação tem 78 páginas, prefácio da professora Benedita Celeste de Moraes Pinto e apresentação da jornalista Madalena de Jesus, diretora de Jornalismo da Secretaria Municipal de Comunicação. Professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) – Campus de Itaberaba, Bel Pires é mestre de capoeira angola e doutor em Estudos Étnicos Africanos pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). É também autor dos livros “No tempo dos valentes: os capoeiras na cidade da Bahia” (2005) e “Capoeira, identidade e gênero: ensaios sobre a história social da capoeira no Brasil” (2009).