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Aos 73 anos, morre Moacyr Scliar

Literatura - 28/02/2011
Aos 73 anos, morre Moacyr Scliar Moacyr Scliar: trabalhador literário incansável, diz Marcos Vilaça - Foto: Reprodução
O escritor gaúcho Moacyr Scliar, de 73 anos, morreu na madrugada de domingo 27 de fevereiro, vítima de falência múltipla de órgãos. O autor estava internado desde o dia 11 de janeiro no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, por complicações originadas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Membro da Academia Brasileira de Letras e autor de mais de 70 livros, entre romances, contos, crônicas e ensaios, Scliar recebeu três vezes o Prêmio Jabuti, a mais tradicional distinção literária do país: em 2009, pelo romance "Manual da paixão solitária"; em 1993, pelo romance "Sonhos tropicais"; e em 1988, pelo volume de contos "O olho enigmático". Pelos contos de "A orelha de Van Gogh", ganhou o prestigioso prêmio Casa de Las Américas em 1989. Também recebeu o Prêmio José Lins do Rego, da Academia Brasileira de Letras, pelo romance "A Majestade do Xingu", em 1998, entre outras honrarias.
Seu primeiro livro, publicado em 1962, foi "Histórias de médico em formação", contos baseados em sua experiência como estudante. Scliar costumava renegar sua estreia, preferindo definir a coletânea de contos "O carnaval dos animais", de 1968, como sua verdadeira primeira obra.
O presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vilaça, determinou luto de três dias pela morte do escritor.
"Moacyr foi um trabalhador literário incansável, um ser humano agradabilíssimo que nos vai fazer muita falta", disse Vilaça em comunicado oficial da ABL.
Amigo pessoal de Scliar, o escritor e secretário da Cultura do Rio Grande do Sul, Luiz Antonio de Assis Brasil, destacou à Rádio Gaúcha a importância do romancista gaúcho.
"Eu estou ainda chocado. Por mais que a situação dele estivesse mal, a gente sabia. Mas hoje eu acordei com uma mensagem da Judite me comunicando esse fato. É difícil me acostumar com a ideia de que ele não está mais entre nós", disse o secretário, bastante emocionado. "Ele é absolutamente único. A obra do Moacyr é única na nossa literatura brasileira e latino-americana. Sem dúvida, foi o que melhor expressou o pensamento judaico, o modo de sentir e perceber o mundo. O humor judaico era algo que ele gostava muito".
Assis Brasil também comentou a influência positiva de Scliar para os autores iniciantes.
"Os escritores mais jovens tiveram nele um exemplo de como se comporta um escritor profissional e de como se tornar um escritor profissional no nosso país. Isso é muito relevante e é um aspecto que implica na cultura literária do país".
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