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Escritora apresenta dissertação e projeto para a rua Sales Barbosa

Literatura - 27/08/2016
Escritora apresenta dissertação e projeto para a rua Sales Barbosa Cintia Portugal: “Percebo a falta de um local da memória, a rua como lugar de encontro - Foto: Divulgação

Uma dissertação de mestrado, elaborada por uma escritora, promete colocar em pauta uma das ruas mais charmosas do passado da cidade de Feira de Santana, a Sales Barbosa. Mestre em Estudos Literários pela UEFS, membro do GELC (Grupo de Estudos Literários Contemporâneos), e autora do livro "Caminhando pela Cidade", Cintia Portugal de Almeida apresentará para a comunidade feirense o projeto acadêmico “A Rua, o poeta e o Romantismo: a produção literária de Sales Barbosa”. Para apresentação da proposta, ela estará promovendo o 1º Sarau Sales Barbosa, evento previsto para o dia 8 de setembro, no Mercado de Arte Popular. 

Segundo a escritora, seu principal objetivo é resgatar e apresentar a figura do poeta da rua, como era conhecido Sales Barbosa. “Percebo a falta de um local da memória, a rua como lugar de encontro, um canto da Feira organizado, de bom gosto, no entanto, popular e democrático, para fazer cócegas no imaginário e no orgulho de ser feirense, sertanejo, baiano, nordestino e brasileiro. Ele visa dar vida a toda história que a Rua do Meio, como era conhecida, carrega". 

O local, em sua origem, era um ponto de encontro de românticos e boêmios que recitavam seus poemas a céu aberto. O projeto pretende estabelecer uma comunicação entre o passado e o presente, reservando o espaço para a exposição da vida e da obra do poeta romântico feirense Francisco de Sales Barbosa. Cintia vê a iniciativa como algo que irá preservar a memória do poeta. Os feirenses passariam a ter contato com produções literárias da época de autoria de alguém do próprio município. A escritora aponta para a importância de se acabar com "esse cultivo que há dentro das escolas de só se trabalhar com os poetas cânones”. 

“Sales Barbosa é o nosso cânone e com o tempo a comunidade e as escolas vão entender a sua importância”, afirma. O projeto se divide em dois: a criação de um Museu a Céu Aberto e da Casa Sales Barbosa, sendo que ambos já estão em processo  de tombamento, medida que preservaria os espaços como patrimônios materiais e imateriais histórico-culturais.

Em sua proposta, o Museu seria a própria Rua Sales Barbosa. Um local público destinado não somente à exposição da vida do poeta, mas que também abriria espaços para novos artistas de todos os gêneros, principalmente os locais, sendo eles músicos, pintores, grafiteiros, artistas plásticos, etc, todos apresentando suas produções e sempre dialogando com os símbolos do Romântico e sua época.

Além de um pequeno palco reservado para declamações, haveria um monumento em homenagem ao poeta, detalhes como lampiões no centro da rua e jornaleiros (interpretados por artistas cenográficos) a fim de contextualizar o local com o período em questão e uma feira de livros nos fins de semana.

Já a Casa Sales Barbosa seria instalada onde hoje é o prédio do INSS. O edifício conta com oito andares e encontra-se atualmente desocupado. Nele, ficaria reservada uma área para a exposição da vida e obras do poeta Sales Barbosa. Alguns espaços para o Museu da Imprensa, Academia Feirense de Letras, Academia de Letras e Artes, Instituto Histórico e outras. Seria um espaço de encontro entre comunidade, escola e cultura, permitindo a interação com materiais que não podem permanecer a céu aberto. O local contaria com uma pessoa que guiasse os visitantes pelo empreendimento informando-os sobre curiosidades e afins.

Cintia ressalta que a Rua Sales Barbosa carrega desde suas origens um viés literário e que o antigo nome da rua já diz tudo: Meio. "Meio de circular. Meio de comunicação. É a rua central, então ela deve ser vista como um local de cultura, de diálogo com as escolas e a comunidade. Isso é riquíssimo. O Museu a Céu Aberto vai trazer de presente essa interatividade e esse crescimento. É uma rua que não vai dormir. Experimentará o sonhar de olhos abertos, como os boêmios e românticos que marcavam presença na antiga Rua do Meio”.

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