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Estado entrega painéis modernistas e lança coleção sobre bens culturais na quarta, dia 5

Artes Visuais - 04/06/2013
Estado entrega painéis modernistas e lança coleção sobre bens culturais na quarta, dia 5 O painel assinado por Carlos Magano antes de ser restaurado - Foto: Divulgação

Obras de restauro - no valor de R$ 755 mil - e lançamento de livros – investimento de R$ 120 mil – integram diretrizes de transversalidade e articulação da Secult-BA com a Secretaria da Educação do Estado, o Conselho Estadual de Cultura da Bahia e outras instituições municipais, estaduais e federais

Afrescos de Carlos Magano (1921-1983) e de Jenner Augusto (1924-2003), produzidos entre 1953 e 1954, ambos intitulados ‘A Evolução do Homem’ – de 2,70m X 20,00m cada um – serão entregues já restaurados na próxima quarta-feira, dia 5 de junho, às 14h30, na Escola Parque, que fica no Centro Educacional Carneiro Ribeiro, localizado no bairro da Caixa D’Água, em Salvador.

Estarão presentes os secretários estaduais da Educação (SEC), Osvaldo Barreto Filho, e de Cultura (Secult-BA), Albino Rubim. Os dois afrescos pertencem a um grupo de sete obras de arte que estão sendo restauradas graças à parceria entre as duas secretarias. São painéis, afrescos e murais do período modernista das artes plásticas na Bahia, tendo a autoria de artistas renomados, nacional e internacionalmente, como Carybé, Maria Cecília Amado, Jenner Augusto, Carlos Bastos, Djanira Motta da Silva e Carlos Magano.

 Os afrescos estão localizados no Núcleo de Artes da Escola Parque. As sete obras serão totalmente restauradas e entregues até o final deste ano (2013). Elas estão distribuídas em três das oito unidades de ensino do complexo educacional idealizado pelo baiano Anísio Teixeira (1900-1971) nos anos 1950, considerado um dos educadores brasileiros mais importantes de todos os tempos.

 APOSTILASNo mesmo evento será lançada a mais nova coleção de publicações da Secult-BA, via seu Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), as ‘Apostilas Conversando sobre Patrimônio’. Essa nova coleção reúne, em cinco volumes, com cerca de 150 ilustrações, as compilações de palestras de especialistas e debates públicos que ocorreram no Conselho Estadual de Cultura da Bahia (CEC) no ano de 2011 sobre os bens culturais materiais e imateriais da Bahia e as suas ações de salvaguarda.

 O objetivo do projeto ´Conversando sobre patrimônio` foi colher elementos para balizar ações voltadas para a preservação dos bens culturais da Bahia. Cinco dessas “conversas” foram escolhidas e transformadas em apostilas. A primeira é sobre a Salvaguarda do Patrimônio Afro-brasileiro, com destaque para os terreiros do candomblé. As demais destacam, respectivamente, o Patrimônio e Festas Populares; Patrimônio Material e Imaterial do Cortejo do Dois de Julho; construção de um Sistema Estadual de Patrimônio, tomando como base a experiência do ICMS Cultural de Minas Gerais; e, por último, os Circuitos Arqueológicos da Chapada Diamantina.

 Com 29 a 42 páginas cada (176 no total), as ‘Apostilas do IPAC’ contam, ao todo, com 141 fotografias e 19 mapas, além de tabelas, gráficos e outras ilustrações. Mais informações sobre as publicações do IPAC são obtidas no Centro de Documentação e Memória do Instituto, localizado na Rua Gregório de Mattos, nº29, Pelourinho, Centro Histórico do Salvador (CEP. 40025-060), pelo telefone (71) 3116-6945 ou ainda através do site www.ipac.ba.gov.br.

RECURSOSPara o restauro dos painéis, afrescos e murais estão sendo investidos R$ 755 mil da SEC, com técnicos, licitações e fiscalização sob responsabilidade da Secult-BA/IPAC. As restaurações atendem as diretrizes de transversalidade e articulação da Secult-BA.

Já para a produção das ‘Apostilas’ foram investidos R$ 120 mil da Secult-BA/IPAC seguindo as mesmas diretrizes ao promover articulação com o CEC, que sediou ao longo de um ano no seu auditório, com a participação dos conselheiros, o Projeto ‘Conversando sobre Patrimônio’. Novos recursos estão previstos através da parceria SEC/Secult-BA para atividades de educação patrimonial utilizando a temáticas dos painéis, afrescos e murais da Escola Parque.

De acordo com o secretária da Educação do Estado, Osvaldo Barreto ao se recuperar e preservar as artes, a cultura e a memória das escolas da rede estadual contribui-se também para história da educação na Bahia. "Depois de fazer a reforma do prédio da Escola Parque, o Governo do Estado investe na restauração das obras de arte que compõem o projeto de educação integral, idealizado pelo educador baiano Anísio Teixeira”, diz Osvaldo Barreto.

POLÍTICA de PUBLICAÇÕES A Secult-BA já havia lançado outras publicações do IPAC, como a Coleção Cadernos do IPAC, que sintetizou os dossiês de registros do órgão estadual para tornar algumas manifestações culturais baianas oficialmente ‘Patrimônios Imateriais da Bahia’. Foram lançados Cadernos sobre a Festa da Boa Morte, em Cachoeira, a Festa de Santa Bárbara, em Salvador, o Carnaval de Maragojipe, nessa cidade, além do Desfile dos Afoxés e o Pano da Costa.

O IPAC desenvolve ainda política de publicar folders e mapas ilustrativos sobre os bens culturais da Bahia, além de guias com as leis que norteiam o patrimônio cultural no Brasil. Desde 2007, o IPAC promove a produção de cartilhas, livros e documentários em DVD sobre os bens culturais – tangíveis e intangíveis – da Bahia.

Nessa perspectiva, foi lançado o folder ‘Patrimônio Cultural da Bahia’ que apresenta panorama dos bens sob proteção da União e do Estado, no conjunto de Territórios de Identidade da Bahia. Já o ‘Guia de Orientação aos Municípios’ traz a síntese das principais instruções para que prefeituras e câmaras municipais criem suas políticas públicas de preservação dos patrimônios existentes nos territórios pelos quais elas estão responsáveis. Pela Constituição de 1988, câmaras e prefeituras têm por obrigação implantar políticas de proteção cultural, com legislações, conselhos, fundos e secretarias de cultura.

“Ao difundirmos dados, mapas, folders, documentários, realizando oficinas e palestras com especialistas, auxiliamos na salvaguarda, na memória e na difusão desses bens culturais que passam a ser mais conhecido pelas futuras gerações”, informa o diretor geral do IPAC, Frederico Mendonça. Destinados a eventos e instituições culturais, esses produtos são distribuídos também em escolas e bibliotecas para ações educativas, a agentes municipais e prefeituras com objetivo de subsidiar e aprimorar a gestão cultural.

É obrigação regimental do IPAC difundir a produção científica produzida por seus técnicos e colaborar na formulação da educação patrimonial na Bahia. Os impressos do IPAC auxiliam ainda a cidadãos e gestores públicos, informando-os da riqueza e importância da história do Estado e seus bens culturais.

TRANSVERSALIDADE“A intenção é que as ações de transversalidade não aconteçam apenas na cooperação entre culturas e territórios de identidade no Estado da Bahia, mas igualmente entre áreas de reflexão e de práticas diferenciadas”, diz o secretário de Cultura, Albino Rubim.

Segundo ele, o desenvolvimento da cultura deve considerar a articulação com campos afins como educação, comunicação, ciência e tecnologia, turismo, economia, segurança pública, saúde, urbanismo, trabalho e outros. No caso da parceria com a SEC, o secretário destaca que “a interface entre cultura, educação e comunicação torna-se vital na contemporaneidade. A rigor, educação é, em boa medida, transmissão da herança cultural de uma geração à outra”, garante Rubim.

Além dos painéis da Escola Parque, o secretário cita outras parcerias entre SEC e Secult-BA, como a elaboração conjunta do Plano Estadual do Livro e Leitura, a reestruturação da Bienal do Livro da Bahia e a organização de visitações de professores e estudantes aos museus do estado.

Através do IPAC, as ações de transversalidade se ampliaram para além do Estado, abarcando também parcerias municipais e federais. “Uma política pública só pode ser bem sucedida com a participação efetiva das três esferas públicas – municipal, estadual e federal – e da sociedade civil organizada”, afirma o diretor geral do IPAC, Frederico Mendonça.

Dentre as dezenas de instituições e entidades convidadas a participar do Projeto ‘Conversando sobre Patrimônio’ – onde foram geradas as ‘Apostilas’ – estiveram presentes a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), o Escritório de Referência do Centro Antigo de Salvador (ERCAS) e a Fundação Gregório de Mattos/Prefeitura de Salvador.

Em diversos municípios do interior do estado da Bahia, o IPAC articulou parcerias com prefeituras municipais para obras de restauração, vistoria técnicas, orientações para as salvaguardas de bens culturais locais, realização de encontros, oficinas de educação patrimonial e promoção de programas e projetos como o do ‘Circuitos Arqueológicos da Chapada Diamantina’. 

AULAS PÚBLICASA restauração dos dois afrescos a serem inaugurados na Escola Parque ficou sob responsabilidade da empresa licitada Studio Argolo, cujo coordenador técnico é o professor da UFBA José Dirson Argolo, considerado um dos restauradores mais experientes e atuantes da Bahia.

Na programação da entrega dos afrescos, está incluída palestra do especialista, que é membro da Associação Brasileira de Conservadores e Restauradores de Bens Culturais. Sua palestra, em formato de aula-pública, tratará do tema: ‘Painéis da Escola Parque: preservar para não restaurar’.

Antes dele, falará o doutor em Arquitetura e Urbanismo, professor da UFBA e presidente do Departamento da Bahia do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-BA), Nivaldo Vieira de Andrade Júnior, discorrerá sobre o ‘Centro Educacional Carneiro Ribeiro: materialização da pedagogia anisiana e o patrimônio cultural da Bahia’.

As outras cinco obras de arte da Escola Parque que estão em fase de restauração são: ‘Jogos infantis’ de Carlos Bastos, ‘Panorâmica de Salvador’ de Carybé, ‘Festa de São João’ de Djanira Motta da Silva, ‘A evolução do trabalho’ também de Carybé, ‘O ofício do homem’ de Maria Célia Amado. “Os serviços de restauro incluem limpeza preliminar para eliminar materiais presentes na superfície, seguida de limpeza mecânica e a limpeza definitiva, com intervenções parciais, dentre muitas outras ações”, informa a coordenadora de Restauro de Elementos Artísticos do IPAC, Milena Tavares. 

Segundo o restaurador Gianmario Finadri, que executa os trabalhos realizados até agora, estão sendo feitos serviços técnicos e específicos. “Na reintegração pictórica, por exemplo, utilizamos tintas aquarela W&N, pincéis da Da Vinci (série 1570), com veladuras sucessivas, seleção/abstração cromática de acordo com as necessidades de cada área”, explica o especialista. A equipe mantém os princípios de identificação e reversibilidade da intervenção, que garantem a recuperação estética de cada painel. 

EDUCAÇÃO INTEGRADA A Escola Parque, com suas formas arquitetônicas e seus bens culturais artísticos, são testemunho do projeto de modernização e de educação integrada elaborado por Anísio Teixeira, que visavam à formação do indivíduo não somente com as matérias fundamentais, mas também acesso às artes, em suas diversas expressões, à cultura, à sustentabilidade, à integração com a natureza, bem como ao ensino profissionalizante. A Escola Parque é tombada pelo Estado como Patrimônio Cultural da Bahia, via IPAC, desde 1981.

"As obras artísticas, além de comporem parte deste programa, sendo testemunho de suas ideias revolucionárias, retratam aspectos da cultura local, pela expressão de artistas expoentes do modernismo, traduzindo-se em peça importante do nosso patrimônio cultural”, explica Milena Tavares, coordenadora de Restauro de Elementos Artísticos (Cores) do IPAC.

Paralelamente, o IPAC realiza coleta de dados sobre as obras e história da arte, para aplicar em projeto pedagógico da intervenção. Alunos, professores, funcionários e frequentadores da Escola Parque poderão assim se apropriar das obras artísticas, reconhecendo-as como algo de valor e dando a devida importância histórico-cultural. Outras informações sobre essa restauração podem ser fornecidas na Cores/IPAC, via telefone (71) 3117-6386. Mais dados sobre projetos, programas e obras do IPAC no site www.ipac.ba.gov.br, no facebook Ipacba Patrimônio e no twitter @ipac_ba.

ESCOLAS PARQUE-CLASSE – O Complexo Educacional Carneiro Ribeiro é composto historicamente da Escola Parque na Caixa D’Água e de 8 Escolas-Classe, todas localizadas a aproximadamente 1,5km da Escola Parque, sendo elas: Colégio Estadual Álvaro Silva (Escola Classe 5- Rua Conde de Porto Alegre s/n IAPI),Escola Estadual Anísio Teixeira (Escola Classe 6- Ladeira do Paiva, 40,Caixa D’água), Escola Estadual Celina Pinho (EscolaClasse 7- Rua do Progresso s/n Curuzú, Liberdade- Pero Vaz), Escola Estadual Professora Candolina (Escola Classe 8-Rua professor Soeiro s/n Pau Miúdo).

MODERNISMO – Modernismo foi um movimento artístico e cultural que se iniciou na Europa e começou a ter seus ideais difundidos no Brasil a partir da primeira década do século 20, por meio de manifestos de vanguarda, principalmente em São Paulo, e da Semana da Arte Moderna, realizada em 1922. O movimento deu início a uma nova fase estética na qual ocorreu a integração de tendências que já vinham surgindo, fundamentadas na valorização da realidade nacional, e propondo o abandono das tradições que vinham sendo seguidas até então, tanto na literatura quanto nas artes e na arquitetura.

AFRESCO/FRESCO – é o nome dado a uma obra pictórica feita sobre parede, com base de gesso ou argamassa. Assume frequentemente a forma de mural. Técnica de pintura mural, executada sobre uma base de gesso ou nata de cal ainda úmida - por isso o nome derivado da expressão italiana fresco, de mesmo significado no português. O termo também é usado para designar a pintura feita dessa maneira, normalmente em igrejas e edifícios públicos, e ocupando grandes extensões.

MURALISMO/PINTURA MURAL/PARIETAL – é a pintura executada sobre uma parede, quer diretamente na sua superfície, como num afresco, quer num painel montado numa exposição permanente. Ela difere de todas as outras formas de arte pictórica por estar profundamente vinculada à arquitetura, podendo explorar o caráter plano de uma parede ou criar o efeito de uma nova área de espaço. Já o Painel é o trabalho de pintura executado sobre tela ou madeira; quadro.

SERVIÇO

O QUÊ: Entrega de dois afrescos restaurados da Escola Parque e Lançamento da Coleção `Apostilas Conversando sobre Patrimônio. 

  • ROTEIRO: Chegada das autoridades, Descerramento das placas informativas dos dois afrescos e pronunciamento das autoridades 15’, Palestras 1h10’
  • PALESTRA 1: 'Centro Educacional Carneiro Ribeiro: materialização da pedagogia anisiana e o patrimônio cultural da Bahia', por Nivaldo Vieira de Andrade Júnior (presidente do Departamento da Bahia do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-BA)
  • PALESTRA 2: 'Painéis da Escola Parque: preservar para não restaurar', por José Dirson Argolo (professor de Restauração da Escola de Belas Artes da UFBA e diretor do Studio Argolo Antiguidades e Restauração Ltda)

AUTORIDADES: Osvaldo Barreto Filho (secretário da Educação do Estado da Bahia), Albino Rubim (Secretário de Cultura do Estado da Bahia), Frederico Mendonça (diretor geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC) e Gedean Ribeiro (diretor da Escola Parque)

ONDE: Núcleo de Artes do Centro Educacional Carneiro Ribeiro – Escola Parque (Rua Saldanha Marinho, nº 134, Caixa D'Água

QUANDO: 05 de junho de 2013, às 14h30

Ascom Ipac

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