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Dom Itamar Vian

Festejar faz bem

14/06/2011

Festas, folclore, casamento caipira e muita alegria. Estes são alguns dos elementos característicos das festas juninas. Cada região acrescenta novos elementos. Permanece, no entanto, o significado geral: são festas tradicionais, muito alegres e que esquentam o frio inverno.

CADA VEZ mais, um maior número de pessoas, sente necessidade de retomar o contato com as manifestações lúdicas e culturais de nossas raízes. A sociedade moderna sufoca o simbolismo e a imaginação. Limita o espírito humano à inteligência racional e desumaniza as relações. As pessoas não dão mais tempo para o convívio. Vão a espetáculos pagos e perdem o gosto da festa.

 

A VERDADEIRA festa iguala as pessoas e transforma qualquer espectador em protagonista. Isso é humanizante e transformador. Pesquisas revelam que durante as festas juninas o número de crimes e roubos diminuiu sensivelmente. Uma clínica nos Estados Unidos propõe-se a curar  doentes com a alegria da festa. Festejar faz bem.

 

A BASE das expressões religiosas mais antigas é a festa. Como todo casamento se celebra com festa, também a aliança de intimidade com Deus se vive numa festa. Infelizmente, nossos cultos e missas têm perdido o caráter de festa. É importante retomar essa verdade.

 

TENDO nascido num mundo no qual tudo era religioso, as festas juninas comemoram o nascimento ou o dia da morte de santos como São João Batista, Santo Antônio e São Pedro. A raiz das festas é religiosa, mas hoje, são mais livres e pertencem à cultura popular. Através delas, as pessoas revivem a saudade do mundo rural.

 

NAS FESTAS juninas, pessoas que em outros momentos não recebem responsabilidade de coordenação, revelam-se capazes de organizar grupos e garantir a participação de todos. Os mais velhos são convidados a entrar na brincadeira e todos revivem a festa das aldeias nas quais as relações eram mais comunitárias e participativas.

 

A SOCIEDADE hoje, ensina a nos conectar, mas não a nos comunicar verdadeiramente. As religiões e organizações educadoras são chamadas a renovar os valores familiares, da afetividade, dos sentimentos e emoções e a fazer um novo pacto de relacionamento conosco mesmos, com os seres humanos, com o universo e com Deus.

 

Itamar Vian

Arcebispo Metropolitano

di.vianfs@ig.com.br

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