A Campanha da Fraternidade, desenvolvida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), este ano propõe que todas as pessoas olhem para a natureza e percebam como as mãos humanas estão contribuindo para o fenômeno do aquecimento global e das mudanças climáticas, com sérias ameaças para a vida em geral, e a vida humana em especial.

SE NO PASSADO as mudanças climáticas ocorreram por causas naturais (variações da órbita da terra, queda de meteoritos, erupções vulcânicas), hoje elas acontecem em grande parte, pelas atividades praticadas pelo ser humano com a implantação do sistema de produção.

AS CONSEQUÊNCIAS nós já conhecemos bem. As pessoas mudam e a natureza também. Foi o que aconteceu, por exemplo, com os desmoronamentos por causa da quantidade de chuva no rio e em São Paulo, e também por causa da ocupação, sem nenhum planejamento, de áreas de riscos.

HOJE, fala-se muito em sustentabilidade. Esse termo significa suprir as necessidades do presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem suas próprias necessidades. Por isso, a sustentabilidade pretende harmonizar três vertentes: a economia, o meio ambiente e o bem estar social. Como exemplo, pode-se diminuir o consumo supérfluo, o que exige uma mudança de habito nos padrões de consumo de cada um de nós.

A FIGURA de São Francisco de Assis  se apresenta com profunda sensibilidade em relação aos elementos da criação, considerando-os todos  como “irmãos”. O termo “dominar” (Gn 1,28) foi deturpado e perdeu-se o sentido de senhorio, uma atitude própria de Deus. Dominar (Hebraico –radah) significa cultivar, organizar e cuidar.

A IGREJA precisa estar consciente e saber conscientizar para a problemática do planeta. É preciso conversão no comportamento com o meio ambiente. Cada um deve perceber que também tem que dar sua contribuição, porque é parte do problema. A reflexão da CF 2011 deve nos conduzir a ações concretas para que ao menos seja contido o aquecimento global dentro de patamares suportáveis.

+ Itamar Vian

Arcebispo Metropolitano

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