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Dom Itamar Vian

Os tapetes da fé

28/05/2018

A festa de Corpus de Christi (Corpo de Cristo) começou em Liège, na França, no século XIII. Em 1264, o Papa Urbano IV, tornou a festa do Corpo de Cristo, uma festa universal. Os católicos, nesse dia, manifestam publicamente a sua fé na presença de Cristo na hóstia consagrada. É a festa sobre os tapetes.
HOJE, ESSA FESTA, continua tendo destaque nas comemorações populares e religiosas de quase todas as dioceses do mundo. Enfeitam-se ruas, especialmente, com “Tapetes da Fé” utilizando-se diversos tipos de materiais, como tampinhas de garrafas, sal, flores, serragem colorida, café, areia... para que o Santíssimo Sacramento possa passar trazendo atrás de si  uma procissão que reza e canta hinos dedicados a Jesus na hóstia consagrada.
NA SOLENIDADE de Corpus Christi quem entra em nossa cidade é Jesus. Percorre  ruas, é aclamado e adorado, numa celebração marcada pela fé. Mais do que entrar em Feira de Santana, Recife, Salvador ou em sua cidade, ele quer, na realidade, entrar em nossas casas, participar da vida de nossas famílias e ter um lugar especial em nosso coração.
NOSSA CIDADE deve ser um lugar de paz, solidariedade e de partilha. Essa é a razão de ser dos tapetes, cantos e orações desse dia. Esse é o motivo da Procissão de Corpus Christi. Onde está presente Jesus Cristo, não há lugar para o ódio, para a injustiça e para a opressão. Onde há opressão, injustiça, corrupção e ódio, ali Cristo ainda não tem lugar.
ENTRETANTO  em nossa família e em nossa cidade, Jesus ensina-nos que seu gesto de comunhão é possível porque ele nos perdoa. Não há comunhão sem perdão. Jesus vem, pois, ensinar-nos a perdoar: perdoar o esposo, a esposa, o filho, o vizinho, o companheiro de trabalho e o colega de escola. Pede-nos coerência de vida. Esse dinamismo é tanto mais necessário quando se sabe que há muitos que ainda não conhecem Jesus Cristo.
CORPUS  CHRISTI é, pois, a celebração de Jesus Cristo em sua Igreja, no sacramento da Eucaristia, sob as aparências do pão e do vinho. Em cada Missa, no momento da consagração, Cristo, na pessoa do celebrante, diz: “Tomai e comei, isto é o meu  corpo... Tomai e bebei, isto é o meu sangue (Mt 26,26-28). Além de se oferecer ao Pai pela humanidade, oferece-se a todos como alimento de vida, garantindo-nos que “quem comer deste pão viverá eternamente; o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo” (Jo 6,51-52).

Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
di.vianfs@ig.com.br

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