A Festa de Santana deste ano promete inovações, apesar das chuvas. É que após as novenas, que começam sábado (17), às l9 horas, haverá apresentações de cantores no coreto da praça. Depois da proibição de “lavagens” e “levagens”, a Igreja consentiu em fazer apresentações ou “shows” de cantores e compositores, contando com a boa vontade dos artistas.
As novenas irão até o dia 25, que é domingo, pois no dia 26 deverá sair a “Procissão da Padroeira” com todas as imagens existentes nas igrejas da Diocese, inclusive a nova de N. Sra. da Divina Providência, patrona de um dos Terço dos Homens.
A Festa já foi propagada domingo passado, quando saiu o “Bando Anunciador” pela quarta vez, numa iniciativa da UEFS, nesta nova fase de seguindo a tradição quando não se tinha rádio, jornais, televisão e internet. Assim, as pessoas formavam um “Bando” cantando, pulando, dançado e desfilando pelas ruas centrais da cidade, que era menor, para anunciar a festa entre o povo. Muitas iam mascaradas, fantasiadas e à vontade, dentro do espírito brincalhão e irreverente, mas sem bagunça. E esse espírito se verifica nessa atual fase.
A saída do “Bando” antigamente se dava em janeiro, depois que foi mudada a Festa de Santana do mês chuvoso e friorento de julho para o quente de janeiro. Aí, as comemorações profanas, como a “Lavagem da Água” e a “Levagem da Lenha”, atraíram trios elétricos e a apresentações de músicas carnavalescas que descambavam para a licenciosidade, contrariando o espírito religioso.
Não só isso contribuiu para a decadência das filarmônicas e suas tocatas na praça. Também a proibição da parte profana, abolindo-se as manifestações musicais profanas.
Agora, se tenta resgatar em parte essas tocatas e apresentações de artistas após o seu novenário. Pela programação inicial, dia l7 se apresenta o Grupo de Deficientes da Escola Jonathas Teles de Carvalho: no domingo, será a cantora Célia Zahin e Marcos Sena: na segunda-feira, o compositor Franklin Maxado; na terça, Paulo Bindá; na quarta, Asa Filho; quinta, Cesinha dos Olhos D’Água; sexta-feira será a vez de Cesse Amorim: no sábado, Sandro Penelú; e no domingo, dia 25, a Filarmônica Princesa da Feira.
NOVA FONTE NOVA
Muita gente acha desrespeito a demolição do Estádio da Fonte Nova, em Salvador, para construir um outro, visando a realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil em 2014. Acham que vamos nos endividar e o estádio vai depois ficar fechado, sem muita utilidade e sem renda, comprometendo a receita publica. Outros entendidos opinam que o projeto já veio pronto de fora e sua planta não permite ser usado para outras modalidades de esportes olímpicos, o que limitará ainda mais seu uso. Dizem que vai ficar um verdadeiro “elefante branco” e só mesmo jogo da seleção brasileira poderá enchê-lo, pois sua manutenção será custosa para jogos do campeonato local. Mesmo porque os dois maiores clubes, Bahia e Vitória, têm estádios próprios.
Outros acham que se é para demolir, isso poderia ser feito por empresas baianas mesmo e sua nova construção poderia ser na saída da capital para o interior pelos terrenos do antigo Centro Industrial de Aratu, o que possibilitaria o acesso a mais gente do interior e de todas as partes de Salvador. A Fonte Nova ficaria para um parque, alargando mais o Dique do Tororó, reservando uma área central para o lazer, diversão e esporte, além do turismo e bem-estar do cidadão.
A ARTE ACABADA
É deveras constrangedor como os monumentos de arte da capital estão sendo destruídos ou abandonados pelos poderes públicos, numa insensibilidade gritante. O artista que faz um monumento ou recebe uma encomenda não é porque quer aparecer. É sua a contribuição e o seu trabalho para tornar mais aprazível a cidade para seu povo. Infelizmente, este é mal educado e a escola não mostrou ou desenvolveu a sua sensibilidade para apreciar uma obra de arte. Assim, vamos voltando a ser animais irracionais, deixando de exercitar nossas faculdades mentais e reagindo aos instintos de somente comer, beber, transar, ganhar dinheiro a qualquer custo sem ligar para o semelhante. E olhe que Salvador é considerada uma capital cultural. Aqui em Feira, temo pelas esculturas do Juraci Dórea em locais públicos, pelo monumento ao motorista de Gil Mário, no Pilão, pelos painéis de Lênio Braga na Estação Rodoviária, pelo Clube de Campo Cajueiro, na arquitetura de Amélio Amorim, pelo restaurado Casarão dos Olhos D’Água. E até pela sede da Prefeitura que, depois de restaurada, voltou a ser repartição pública. Tomara que a Educação melhore e que os filhos dos ignorantes possam no presente e no futuro dar valor e preservar essas coisas da alma que os artistas botam para fora para agradar seu povo e não só ganhar dinheiro.
Que os conterrâneos feirenses na sua materialidade também apreciem as coisas da alma.
Franklin Maxado