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Sandro Penelú

Coisas de Brasil

28/10/2011

O Ministério Público do Ceará afirmou nesta quarta-feira (26) que vai encaminhar ao Ministério da Educação uma recomendação para a anulação do Enem em todo o país. Em nota, o procurador disse ter sido procurado por candidatos do exame e que constatou a existência de 13 questões idênticas, literalmente copiadas de um simulado elaborado na cidade de Fortaleza e encontradas nas provas do Enem. Segundo o procurador, a apostila que um colégio de Fortaleza teria distribuído a alunos teria 13 questões idênticas ao que caiu nas provas do Enem. A informação é do G1. (Que vergonha!)

*NÃO PODE SER VERDADE – Basta chegarmos às vésperas de um ano eleitoral, que a turma começa a espalhar um monte de boatos pela Internet. O último dá conta do fim do 13º salário. Aliás, vindo do governo do PT, deve ser verdade mesmo...

*CAPRICHANDO NA LETRA – Você sabia que no Japão, quando o estudante sai de férias tem que treinar caligrafia? Pois é... E no retorno os professores corrigem o caderno de treinamento, para ver se a letra está boa... (Dá pra você?)

*SERIA COINCIDÊNCIA? – A maioria dos países que são governados pelo regime de monarquia estão entre os mais ricos do mundo... O Brasil (que está longe de figurar na lista dos mais ricos) é governado por 513 deputados, 37 ministros, 81 senadores, uma presidenta e um vice. Já imaginaram quanto dinheiro sobraria para as áreas sociais, se não tivesse tanta gente assim no poder?

*TOTALMENTE SEM GRAÇA – Que graça tem você comprar uma TV (de última geração), fazer uma assinatura de canais fechados, etc, se a sua TV só anda num canal? Precisa dizer qual é? (Bata-me um abacate e coloque um pouquinho de nabo)

*COISAS DE PRIMEIRO MUNDO - Assistindo a um programa, em um canal fechado, constatei - com um misto de revolta e inconformidade - que estamos infinitamente longe de termos um atendimento médico público efetivamente eficiente e que, acima de tudo, respeite a vida humana. O programa relata o dia-a-dia em hospitais públicos dos EUA, com enfoque maior para o setor de emergência. Depois que a equipe de socorro é acionada, essa mesma equipe (após socorrer o paciente), entra em contato com o hospital, informando o tempo que levará para conduzi-lo à emergência, além de fornecer os detalhes do seu quadro clínico. Ao chegar na emergência, o paciente é tratado como um ser humano, de forma digna, tendo à sua disposição médicos e todo o material necessário para que a sua vida seja salva. Em mais de noventa e cinco por cento dos casos, a vida humana é salva. À proporção que ia vendo o programa, ia me lembrando da emergência dos nossos hospitais públicos, com seres humanos espalhados nas macas, pelos corredores, rezando para que haja um médico sequer de plantão e que o mesmo possa ao menos aliviar parte do seu problema. Foi impossível não me emocionar! Foi impossível não me revoltar; não me indignar e não me inconformar pelo fato de saber que enquanto o atendimento em nossos hospitais estiver intimamente ligado a questões políticas, muitos seres humanos continuarão morrendo no local onde deveriam receber, de volta, a sua saúde.

Sandro Penelú