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Sandro Penelú

Parece até mentira

19/08/2011

Um dia desses, parei para me lembrar de que, na década de 1980, após uma forte dor nos rins, fui levado para o hospital Clériston Andrade. O atendimento foi de primeiro mundo: logo na chegada, duas enfermeiras, vendo o meu estado, dirigiram-se para mim, amparando-me e me colocando em uma confortável maca. Rapidamente, enquanto minha ficha era preenchida, fui levado para uma sala, onde um médico educado e prestativo examinou-me por completo, informando-me que não faria nenhum diagnóstico precipitado do problema. Encaminhou-me para a realização de uma bateria de exames, os quais constataram a presença de alguns cálculos renais. Isto feito, aplicou-me a medicação e deixou-me em observação até que eu pudesse ter a devida alta médica. E mais um detalhe: enquanto os remédios iam fazendo efeito, o médico vinha constantemente à enfermaria para me examinar. Acredite! Não foi um sonho. Isto aconteceu comigo, em Feira de Santana, na década de 1980, no Hospital Geral Clériston Andrade. E a pergunta é: “Por que não continuou assim?”

 

*ALGUMAS POSSÍVEIS RESPOSTAS – Estaria o Clériston sobrecarregado em sua capacidade de atendimento? Afinal ele atende a toda a nossa região... Estariam os profissionais da área de saúde no auge do stress e isso seria passado para o próprio paciente? Seria o salário muito melhor, na década de 1980, e hoje houve uma defasagem do mesmo? Faltaria ao governo encarar como prioridade a questão da saúde em todo o Estado? Faça você mesmo o seu julgamento.

 

*E QUAL SERIA A SOLUÇÃO? Longe de procurarmos o xis da questão, não seria mais interessante uma solução (ou soluções) mais abrangentes? Por exemplo, não seria o caso de o governo construir mais um hospital em Feira de Santana, o qual teria um porte muito maior que o do Clériston? Com a palavra as autoridades no assunto...

 

*ENQUANTO ISSO... – O povo continua sofrendo, apelando apenas para Deus e os seus santos protetores...

 

*SERÁ QUE SOMOS PALHAÇOS? - Parece até uma daquelas piadas de péssimo gosto. Um certo deputado acaba de lançar um projeto para gratuidade na conta de energia de quem gastar menos de 30 quilowatts hora. Ou seja, o povo não deve comprar geladeira, televisão, aparelho de som, ferro elétrico e nada de acender lâmpadas... Isto é o que eu chamo de o ridículo do ridículo. Bata-me um abacate com pimenta!

 

            *E-MAIL DO LEITOR – “Meu caro Sandro! Foi com bastante surpresa que ao ler seu artigo no Jornal Folha do Estado, vi uma citação que diz que cenas de homossexualismo nas novelas atingem as famílias brasileiras. Eu lhe conheço há muito tempo e não esperava que você teria um pensamento tão preconceituoso em relação aos homossexuais. Espero que tenha sido apenas um equivoco de sua parte, pois a luta dos homossexuais hoje não se restringe apenas a eles e sim a todos que desejam uma sociedade justa e livre de todo tipo de preconceito. Abraços do seu amigo Jefinho (palito) do Jomafa”.

 

*A SOMÁLIA É UMA AULA VIVA - A situação de fome e miséria por que passa a Somália, por conta dos conflitos que se arrastam há décadas, chega-nos como uma profunda lição de vida; um aprendizado real e concreto da valorização da existência humana na Terra, onde muitos acumulam e ostentam riquezas; onde muitos fazem do egoísmo e da vaidade as suas grandes bandeiras de vida e onde o amor vai cedendo lugar a sentimentos de mesquinhez e violência...

Sandro Penelú