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Sandro Penelú

A receita do sucesso

29/05/2011

O mundo da música é, por vezes, ingrato. Vencer na vida como músico não depende apenas de se ter qualidade. São necessários outros quesitos completamente diferentes daquilo que é bom:

*QUESITO 1 – Você tem que abandonar as suas raízes e suas convicções musicais e adotar um estilo de fácil assimilação pelo público. Você deve passar a cantar ritmos fáceis e populares, se quiser ganhar dinheiro.

 

*QUESITO 2 – Com o CD embaixo do braço, agora é só “investir” na mídia para que sua música seja massificada e seus shows passem a ser requisitados, não importa a época do ano.

 

*QUESITO 3 – A música carro-chefe do CD não deve ser uma composição bem trabalhada, com arranjos sofisticados e difíceis, pois o público tem que aprendê-la rapidamente e as bandas que quiserem executá-la não devem ter muito trabalho para cifrá-la.

 

*DEU NO RÁDIO – Em um programa de rádio de uma cidade vizinha, o âncora entrevistava o prefeito daquela cidade e lhe perguntava acerca de algumas perseguições que vinham acontecendo para com alguns dos seus secretários. O prefeito respondeu taxativamente: “Sou contra todo e qualquer tipo de perseguição, muito pelo contrário”. (Deu para entender?)

 

*DEU NO RÁDIO II – Um repórter de rádio se referia assim a uma das figuras idosas mais pitorescas de Feira de Santana: “Ele tangeu boi junto com Ana Brandoa e Domingos Barbosa de Araújo...” (Isto é incrível!)

 

*HUMOR MACABRO – Esta semana, um amigo me mostrou o cartão de uma funerária da cidade e nele estava escrito o seguinte slogan: ”Se sua sogra é uma jóia, temos uma caixinha para ela...” (Cá, cá, cá, cá!)

 

*DEU NO RÁDIO III – Um âncora, num dos programas matutinos do rádio AM, chamou assim um dos seus repórteres: “E agora, as melhores ocorrências nos hospitais em Feira!” (Precisa comentar?)

 

*SERIA O INÍCIO... DO FIM? – Enchentes, maremotos, terremotos, furacões e outras catástrofes naturais vêm deixando o ser humano de cabelo arrepiado. O gelo polar segue derretendo desordenadamente. Tudo isso por conta de uma depredação absurda do meio ambiente e dos recursos naturais, inclusive a água. O Rio São Francisco caminha para se transformar num humilde riacho sem expressão, deixando para trás um rastro de fome, miséria, seca e morte. O homem “cospe no prato que come”, suja o lar que o acolhe a milênios e a resposta da natureza não poderia ser outra. A Terra, estressada, contorce-se, chora, urra de dor, agoniza e parece entrar em coma...

 

*AUTO-ABORRECIMENTO – O auto-atendimento, nos bancos da cidade, bem que poderia se chamar “auto-aborrecimento”. São máquinas o tempo todo quebradas, funcionários que não aparecem para dar orientações e outras dores de cabeça. E o detalhe: você, no fundo, está fazendo o trabalho que deveria ser feito pelo banco e não recebe coisa alguma por isto, nem mesmo um simples desconto.

Sandro Penelú